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Abastecimento eléctrico no Líbano parcialmente reposto após 'blackout' de sábado

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A rede elétrica no Líbano foi hoje parcialmente reposta após o 'blackout' total de sábado, com a produção de eletricidade a ser possível graças ao fornecimento de gasóleo pelo exército, disse o Ministério da Energia.

"O exército entregou [...] 6.000 quilolitros de gasóleo, divididos igualmente entre as centrais Deir Ammar e Zahrani", permitindo o fornecimento de algumas horas de eletricidade por dia, disse o ministério em comunicado.

Envolto numa crise sem precedentes, descrita pelo Banco Mundial como uma das piores da história mundial desde 1850, o Líbano sofre desde há vários meses racionamentos de energia que chegam a ultrapassar as 22 horas por dia, lutando para importar combustível, num contexto de colapso histórico da moeda nacional e de esgotamento das divisas estrangeiras.

No sábado, o país ficou, pela segunda vez desde o início de outubro, totalmente sem abastecimento público de eletricidade, depois de duas grandes centrais elétricas terem deixado de funcionar por falta de combustível, segundo a empresa nacional Electricité du Liban (EDL).

Os cortes têm vindo a paralisar a vida da população e de vários setores vitais da economia, enquanto os gestores de geradores privados, que geralmente tentam colmatar as falhas, também racionam o abastecimento a negócios, hospitais e habitações, à medida que o combustível vai escasseando.

O Líbano, cuja classe dirigente é acusada de corrupção e de incompetência, sofre há décadas de uma subprodução endémica de eletricidade e de má gestão por parte da EDL, que já custou ao tesouro milhares de milhões de dólares desde o fim da guerra civil (1975-1990).

A comunidade internacional tem vindo a apelar a reformas urgentes por parte das autoridades libanesas, em particular do EDL, que é um símbolo da má governação e da decadência dos serviços públicos no Líbano.