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Movimento dos Sem-Teto protesta em frente à mansão de um dos filhos de Bolsonaro

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 Foto: Scarlett Rocha/Scarlettrphoto

Dezenas de ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) protestaram ontem em frente à mansão onde reside, em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro, filho do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, acusando-o de "esbanjar dinheiro duvidoso".

"Enquanto o povo faz fila para comprar ossos, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso", escreveu na rede social Twitter Guilherme Boulos, coordenador do MTST e ex-candidato à Presidência do Brasil em 2018, eleição em que Jair Bolsonaro saiu vencedor.

Entre os cartazes exibidos pelos manifestantes podia ler-se "6 milhões de reais para mansão e 19 milhões sem feijão" e "Fora Bolsonaro".

A manifestação terminou sem incidentes e, segundo o próprio MTST, faz parte dos preparativos para uma jornada de protestos contra o Governo brasileiro prevista para o próximo sábado.

O imóvel objeto da manifestação, no exclusivo bairro Lago Sul da capital brasileira e avaliado em cerca de um milhão de dólares (860 mil euros), foi adquirido pelo senador Flávio Bolsonaro em janeiro passado.

A operação gerou suspeitas num momento em que o senador é investigado, entre outros, por supostas operações de branqueamento de capitais precisamente no setor imobiliário.

O filho mais velho de Bolsonaro, um dos três que atua na política e que, como os outros dois, tem ações pendentes na Justiça, alegou que "a casa foi adquirida com recursos próprios", o que incluía a venda de um apartamento que possuía no Rio De Janeiro.

No entanto, a compra do imóvel, que tem dois andares e cerca de 1.000 metros quadrados de área construída num terreno de 1.400 metros quadrados, despertou suspeitas, principalmente pelos processos em que o senador responde por suposta corrupção.

A pedido da oposição, o Ministério Público do Brasil deu início a uma investigação "preliminar" sobre essa operação, a fim de determinar se o senador realmente tinha capacidade financeira para efetuar aquela compra ou se o caso pode esconder algum problema de corrupção.