António Trindade prevê retoma do turismo alemão daqui a quatro meses
O hoteleiro olha para a vacinação contra a Covid-19 como o trunfo para o sector turístico na Madeira
A Alemanha acaba de prolongar a proibição de entrada de viajantes do Reino Unido e da Alemanha até 20 de Janeiro e actualizou a lista das restrições impostas a quase todos os países do mundo.
Portugal e a ilha da Madeira fazem parte dos países e regiões de alto risco - conforme o DIÁRIO avançou ontem de manhã, na edição digital - assim como as Ilhas Faroé da Dinamarca, a França a Irlanda e as Províncias norueguesas de Rogaland e Trøndelag.
A decisão das autoridades alemãs de estender a proibição por mais duas semanas é o resultado do aumento de casos e da nova estirpe detectada em vários países que os especialistas afirmam ser 70 por cento mais transmissível.
Alemanha põe Madeira na lista de risco
É mais uma condicionante para o destino: a Região acaba de entrar na lista de risco para a Alemanha. Por causa disto, de acordo com o regulamento de quarentena alemão, os passageiros que viajam entre a Madeira e a Alemanha são obrigados a realizar um teste de despiste ao novo coronavírus quando entram no país germânico.
Para a Madeira trata-se de um cenário preocupante já que, de acordo com o regulamento de quarentena alemão, os passageiros que viajam entre a Madeira e a Alemanha são obrigados a realizar um teste de despiste ao novo coronavírus quando entram no país germânico.
Excluindo os turistas ingleses e alemães, António Trindade diz que resta à Madeira “poucos turistas”.
O hoteleiro madeirense entende que o problema não é o tratamento dado especificamente à Madeira, mas sim “o crescimento de casos nas nossas principais origens que determinam medidas mais restritivas”. Além disso, a situação da Alemanha, da Inglaterra e de outros países é “suficientemente grave para gerar este decréscimo de turistas”.
Situação pandémica na Madeira pior do que Alemanha ou Bélgica
Os números relativos à pandemia de covid-19 na Região mostram que a Madeira já regista mais casos por milhão de habitantes, nos últimos 14 dias, do que Canárias ou Açores. Este é um rácio superior ao registado em muitos países europeus. Esta é a notícia que faz manchete na edição impressa de hoje do DIÁRIO de Notícias.
António Trindade diz que a grande diferença entre o que se passa actualmente e a situação vivida em Abril de 2020 é “o movimento grande de vacinação nestes países de origem” e acredita que Inglaterra e Alemanha tenham, daqui a três ou quatro meses, uma percentagem da população vacinada” e isso implica que hajam pessoas dispostas a retomar as suas viagens de férias.
António Trindade diz que temos de olhar para esta situação “numa lógica de copo meio cheio”. Já que este movimento de vacinação “gerará provavelmente um acréscimo de procura a partir do final de Março/Abril, quando já tivermos uma situação de redução de casos e a evolução das vacinas permitir aos nossos turistas alterar os planos de férias para essa altura”.
Por isso, olha com optimismo para daqui a 4 meses e acredita que o facto de a Madeira entrar numa fase de maiores restrições para atenuar a propagação do vírus, acrescido à campanha de vacinação nos nossos principais países de origem, determinará um aumento da procura a partir de fins de Março/Abril.
Sobre o peso que o mercado alemão tem para a Madeira, o hoteleiro diz que numa situação como esta, onde uma grande parte do parque hoteleiro está fechado e a redução do tráfego turístico é menorizado, “não é fácil determinar o peso do turismo na economia madeirense”.
Certo é que a economia da Madeira tem uma grande dependência do turismo, que representa cerca de 30% do PIB regional, assim como tem uma grande dependência do sector público e das obras públicas.
“Quando se diz que o turismo representa 30% do PIB regional, temos de ter em conta o que está incluído nos outros 70%, que é o sector público e toda a área da economia dependente deste sector, como as obras públicas. Nesta perspectiva, o turismo tem um peso manifestamente superior”.
António Trindade diz ser importante passar uma mensagem a todo o sector público e a uma população que tem de levar com maior rigor as determinações que são feitas em termos de saúde pública. “A evolução desta pandemia vai depender de cada um de nós e a necessidade de assumir este nosso dever para com o próximo será determinante no controle e na redução deste surto”.