Madeira

Quando Albuquerque recusou 'bombom' de Jardim

Estava-se no início de 2011 e o anterior líder do PSD-Madeira e 'eterno' presidente do Governo Regional parecia querer garantir a lealdade do seu substituto, o que viria a acontecer 3 anos depois

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Com um título garrafal a toda a largura da primeira página e a foto dos dois correligionários, o DIÁRIO escrevia "ALBUQUERQUE RECUSA ‘PRESENTE’ DE JARDIM". E acrescentávamos: "Ao quinto dia, o líder do PSD-M reagiu à entrevista crítica de Albuquerque. Através da imprensa, disse contar com o autarca para manter-se no Conselho Jurisdicional. Tal como expressara na entrevista, Albuquerque não aceita cargos sem garantir que há mudanças de fundo."

Este era, sem dúvida, uma espécie de 'inverno gélido' entre o actual e o anterior presidente do partido e do Governo Regional da Madeira, na altura no poder há mais de três décadas (desde 1976) e que há muito ultrapassara o tempo da promessa de que da próxima é que iria sair. Ao ponto de exasperar os pretendentes ao trono, com Miguel Albuquerque no topo da lista dos que já não queriam esperar mais pela renovação.

Jardim preparava a recandidatura para mais um mandato, mas desta vez não se candidataria sozinho. "Se não somos capazes de quebrar as rotinas, se não somos capazes de subverter um conjunto de pessoas que estão muito acomodadas, se o único critério para ser militante é estar calado, então não vamos a lado nenhum", respondia o então autarca do Funchal, mostrando que estava pronto para a luta interna.

A batalha pela sucessão dar-se-ia em Novembro de 2012, mas aí Albuquerque perderia o primeiro assalto (47% contra 53% do então líder que enfrentava uma crise económica e financeira na Região como até então, nas décadas anteriores, não se vivera) e só ascenderia ao poder pouco mais de dois anos depois já sem Jardim, mas contra outros cinco candidatos e após uma segunda volta.

Albuquerque, que chegou a ser ameaçado de expulsão do partido ou impedimento de se candidatar à liderança pelo seu antecessor, viria a ganhar as eleições regionais a 29 de Março de 2015. Tudo começou a 'escaldar', pelo menos mais declaradamente e publicamente, neste Inverno há 10 anos.

E a recusa do 'bombom' foi uma espécie de 'Grito de Ipiranga' do actual líder laranja e do Executivo regional.

Mas a actualidade regional era marcada por outros assuntos que poderá rever, descarregando as páginas em anexo, com destaque para a manchete, mas também para a página 10, que em dias como estes que têm sido de chuva nunca é demais relembrar o que se dizia há uma década no rescaldo do 20 de Fevereiro de 2010.

Isto, entre tantos outros assuntos que pode consultar no nosso arquivo. Se for assinante pode ir directamente aqui. Se não, pode sê-lo ainda hoje a partir daqui.

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