Entre duas pandemias
Os portugueses entraram no Novo Ano carregando às costas duas pandemias!
Uma, já vinha de trás e é universal, a outra, só aos portugueses Deus quis castigar.
A primeira diz respeito ao problema de saúde pública que tarda a desaparecer, a outra, (que não devia ser mas que é) uma “praga” também desgraçada, se bem que já conhecida de todos nós e que para a qual grande parte dos portugueses, felizmente, já estão “vacinados” e a encara na “desportiva”, alguns, inclusive, com certo desdém.
Falamos, evidentemente, em primeiro lugar, do famigerado coronavírus que, com muitas culpas de alguns de nós, se vai mantendo, cada vez em estado mais grave e demolidor, não só para a economia do país, mas sobretudo para as vidas que vai ceifando em cada dia que passa.
Pandemia que muito boa gente encara com total irresponsabilidade, que tarda em perceber que estão nos seus comportamentos a causa do agravamento da situação.
Habituados à vida desgarrada, a procedimentos levianos que tinham e, mesmo sabendo que isso possa causar o espalhar da doença e o levar a morte a milhares de pessoas, teimam em manter, num desafio miseravelmente irresponsável às próprias Leis ou indicações de governantes ou dos serviços de saúde.
Esta é a primeira pandemia (séria) a que nos referimos.
A segunda, trata-se da “campanha eleitoral” para as presidenciais!
Uma “pandemia” triste, confusa, atabalhoada, pouco credível, demonstrada em (alguns) debates que, por vezes, custa-nos perceber se visam a eleição do Presidente da República ou do 1º ministro.
O que dizem que vão fazer – caso sejam eleitos – alguns candidatos/as, não dá para entender.
Salvo se já estamos – por vezes pensamos que sim – num regime presidencialista!
Contudo, reconhecemos que, o que dizem ou deixam de dizer, pouca importância tem, pois pensamos que cada vez são menos os que assistem aos debates.
Os que votam já sabem em quem votar e os que (já) decidiram em não votar pouco lhes interessa o que dizem os candidatos.
Pode ser triste mas pelo que ouvimos é assim que funciona.
Aparte disso, algo nos move a curiosidade de saber o que leva um candidato que SABE que não ganha as eleições a investir milhares de euros na sua candidatura.
Segundo contas feitas e divulgadas por alguns órgãos de informação há previsões de quem invista quase meio milhão de euros na sua campanha eleitoral!
É muito dinheiro, especialmente quando arriscado por alguém que não tem qualquer hipótese de discutir a vitória nas eleições.
Não se trata de uma aposta num jogo de futebol, onde a bola é redonda e o campo retangular e onde tudo pode acontecer.
Trata-se de uma eleição onde concorrem 8 ou 9 pessoas, mas que à partida já se sabe quem não tem hipóteses sequer de ficar em 2º lugar.
Por conseguinte, é, no mínimo, estranho, “certos investimentos ” num “negócio” que não dá hipótese de tirar qualquer dividendo.
Bom, mas isso não nos tirará o sono e, provavelmente, a milhões de portugueses também!
É só mesmo por uma questão de curiosidade.
Juvenal Pereira