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Deputados eleitos em Dezembro na Venezuela foram hoje empossados

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Os membros da nova Assembleia Nacional (AN) venezuelana foram hoje empossados numa sessão solene, tendo sido confirmados 256 deputados dos partidos pró regime, 20 da oposição (desvinculada de Juan Guaidó) e um do Partido Comunista.

Estes deputados foram eleitos nas legislativas realizadas a 06 de dezembro, num escrutínio não reconhecido pela oposição.

Durante a sessão, o ex-ministro de Comunicação e Informação e ex-reitor do Conselho Nacional Eleitoral, Jorge Rodríguez, foi eleito presidente da AN, e a ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela e o deputado Didaldo Bolívar como vice-presidentes.

Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte dirigirá o bloco de deputados afetos ao regime.

"Esta não é cerimónia de posse de mais uma Assembleia, é uma cerimónia para a recuperação e a reconstrução sobre o que destruíram (os opositores durante o mandato anterior). Estamos numa democracia sustentada perante a Constituição", disse o novo presidente do parlamento.

Jorge Rodríguez instou os novos deputados a promover o diálogo político, "sair às ruas, falar com o povo, enfrentar as dificuldades", sublinhando que estão no órgão para a reconciliação política "mas sem esquecer, sem impunidade" porque durante a gestão opositora se enfrentaram "crimes que quiseram acabar" com o país "e com o povo da Venezuela".

"A extrema direita golpista, usou as chamadas organizações não-governamentais para subvencionar a conspiração e o crime contra a Venezuela", frisou, sublinhando que "reconciliação sim, mas sem amnésia".

"Há crimes que não podem ser perdoados (...) porque foram crimes para acabar, inclusive, com o nosso próprio território", frisou.

A Aliança Democrática (deputados que se desvincularam de Juan Guaidó mas dizem continuar a representar a oposição), condenou que a nova direção do parlamento seja composta unicamente por deputados afetos ao regime.

O seu porta-voz, o deputado José Gregório Correa, acusou as forças revolucionárias de com apenas "20% do eleitorado venezuelano, ocupar 90% dos lugares" do novo parlamento.

Para este parlamentar, apenas 20 dos 277 deputados são da oposição e o chavismo "tem cada vez mais deputados, mas representa menos venezuelanos".

Durante a sessão os deputados pró regime avançaram que vão exigir o fim das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos e outros países contra a Venezuela e que pretendem investigar os casos de alegada traição à pátria dos deputados opositores durante o anterior mandato.

Também hoje, a oposição venezuelana realizou uma sessão parlamentar, conduzida de forma virtual, em que o líder opositor e autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, jurou que o parlamento liderado pela oposição continuaria em funções.

A sessão parlamentar opositora teve lugar de maneira virtual e decorreu ao mesmo tempo em que nos espaços físicos da Assembleia Nacional (parlamento) tomavam posse os deputados eleitos nas legislativas de dezembro último.

A oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, não reconhece Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela e denuncia alegadas irregularidades nas eleições presidenciais antecipadas de 2018, acusando o chefe de Estado de estar a "usurpar" o poder.

A Venezuela tem, desde janeiro de 2020, dois Parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró regime do Presidente Nicolas Maduro, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a afirmar ser da oposição.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas.

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