Juan Guaidó recebe apoios de Felipe Gonzalez e do governo de Donald Trump
O opositor venezuelano Juan Guaidó recebeu na segunda-feira dois apoios importantes, do ex-chefe do governo de Espanha, Felipe González, e da Casa Branca, para a sua atividade de contestação ao regime do presidente Nicolas Maduro.
González apelou à comunidade internacional para que considere Guaidó como representante legítimo do governo da Venezuela, perante a "nova tropelia do regime tirânico" de Maduro, ao "ocupar" a Assembleia Nacional depois de umas eleições "fraudulentas".
O governo de Donald Trump emitiu uma declaração em que reiterou o seu apoio a Guaidó, a quem considerou como "representante legítimo" da Venezuela e garantiu que não vai reconhecer o parlamento que vai ser empossado hoje.
O Serviço de Controlo de Bens Estrangeiros emitiu uma licença que "autoriza as transações e a atividade que envolvem" Guaidó como "presidente interino da Venezuela", informou o Departamento do Tesouro norte-americano.
Já González, em comunicado, considerou que "o governo ilegítimo de Maduro quer fechar o círculo da tirania, ocupando a Assembleia Nacional, depois de umas eleições fraudulentas".
Com estas considerações, apelou a que a comunidade internacional defendesse os valores da democracia, do Estado de Direito e do respeito pelos direitos humanos, e recuse "esta nova tropelia do regime tirânico".
O ex-chefe do executivo de Madrid afirmou, no seu texto, que "a Assembleia eleita em dezembro de 2015, presidida agora por Juan Guaidó, é a que representa a soberania popular venezuelana, expressada em eleições livres. Por isso só pode ser substituída por outra saída de eleições democráticas com garantias".
González fez o apelo na véspera de, cinco anos depois, o regime de Maduro recuperar oficialmente o controlo do Parlamento, apesar de as principais forças opositoras, lideradas por Guaidó, terem declarado que iam estender as suas funções por mis um ano, considerando que as eleições legislativas foram uma "fraude".
Guaidó, presidente da Assembleia vigente desde janeiro de 2016, não se apresentou às eleições legislativas de dezembro passado, tal como a maioria da oposição, por as considerarem "fraudulentas".
Em 26 de dezembro último, o parlamento liderado por Guaidó aprovou a extensão das suas funções por mais um ano, durante uma sessão virtual em que decidiram reformar a lei que rege o estatuto de transição, aprovado em 2019, para forçar a demissão de Maduro, mas o Supremo Tribunal considerou nula tal extensão.
Guaidó, que se proclamou presidente interino em janeiro de 2019 perante o que considerou ser a usurpação da Presidência por Maduro, é reconhecido por meia centena de países, com o governo de Donald Trump a ser o primeiro a fazê-lo.