Mundo

Apoiantes de Trump preparam para quarta-feira marcha em Washington

None

Apoiantes do Presidente norte-americano em funções, Donald Trump, estão a convocar para quarta-feira uma marcha em Washington, ação que coincidirá com a certificação pelo Congresso do resultado das eleições presidenciais de novembro e da vitória do democrata Joe Biden.

No dia 06 de janeiro, o Congresso norte-americano reúne-se para realizar a certificação final e oficial dos votos do Colégio Eleitoral, o último passo para validar a vitória presidencial de Joe Biden que tomará posse como 46.º Presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro.

Trump, que iniciou uma batalha judicial (que se revelou infrutífera) para contestar uma alegada fraude eleitoral no escrutínio realizado em 03 de novembro, continua a insistir que "é estatisticamente impossível" que tenha perdido as eleições presidenciais.

Apesar de não existirem provas que sugiram uma fraude eleitoral, 11 legisladores republicanos afirmaram que tencionam apoiar uma objeção aos votos do Colégio Eleitoral, caso seja apresentada, e propor uma comissão eleitoral para realizar uma "auditoria de emergência de 10 dias" dos resultados eleitorais nos "estados em disputa".

Antes do fim de semana e do anúncio dos senadores, Donald Trump já apelava à participação na marcha em Washington através da rede social Twitter.

"Grande manifestação de protesto em Washington DC em 06 de janeiro. (...) Estejam presentes, será feroz", escreveu na sexta-feira no Twitter.

Diferentes fações e grupos que são leais a Trump estão a ser apresentadas como organizadoras desta marcha que vai decorrer na capital federal.

Uma delas, designada como "March for Trump", afirmou que "compete aos cidadãos americanos" impedirem a fraude eleitoral.

"Junto com o Presidente Trump, faremos o que for necessário para garantir a integridade desta eleição para o bem da nação", defendeu este grupo na sua página oficial na Internet.

O Departamento de Justiça norte-americano (equivalente ao Ministério da Justiça) e as autoridades eleitorais estaduais -- incluindo aquelas lideradas por republicanos - indicaram que não existem evidências de uma fraude eleitoral generalizada e reconheceram os resultados que deram a Joe Biden mais de 80 milhões de votos nas eleições de novembro, contra os cerca de 74 milhões de votos conquistados por Trump.

Por sua vez, o grupo "Million MAGA March", que se designa como o organizador oficial da marcha de quarta-feira, convidou os apoiantes do Presidente republicano a "participarem do maior ato político de Trump na História dos Estados Unidos".

Milícias conotadas com a extrema-direita como "Three Percenters", "Proud Boys" ou "Oath Keepers" também avançaram que vão participar na marcha e estão a mobilizar caravanas de veículos em direção a Washington DC, onde será proibido transportar e exibir armas de fogo.

Por exemplo, o grupo "TheDonaldWin" está a convidar os seus apoiantes "a levarem" as suas armas para a marcha.

Nos trabalhos de preparação para esta manifestação, as autoridades locais de Washington estão a colocar cartazes nas ruas onde a marcha irá passar na quarta-feira com mensagens sobre a proibição de posse de armas de fogo.

"Qualquer pessoa que participe nas manifestações deve lembrar-se que a lei do distrito proíbe a posse de arma a menos de 300 metros de qualquer atividade política", declarou a presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser, num comunicado.

Milhares de apoiantes de Trump desfilaram em Washington em meados de dezembro, muitos deles envergando roupas de combate.

Na altura, pelo menos quatro pessoas foram esfaqueadas perto de um bar que foi identificado como um ponto de encontro do grupo "Proud Boys".

"É um momento muito assustador", afirmou Susnara Taylor, porta-voz do grupo refusefascism.org, numa referência à possível presença de manifestantes violentos nas ruas de Washington.

Enrique Tarrio, líder dos "Proud Bois", um grupo conotado com a extrema-direita, anunciou, entretanto, que os membros deste grupo irão marcar presença nesta marcha com "um número sem precedentes", avançando ainda que desta vez os elementos não irão envergar o seu habitual uniforme preto e amarelo.

Fechar Menu