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Nova Iorque reconhece disparidades raciais nas taxas de vacinação

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Residentes negros e latinos de Nova Iorque estão a ser vacinados contra a covid-19 em números muito inferiores aos brancos e asiáticos, reconheceu hoje o responsável municipal Bill de Blasio, prometendo alargar o acesso à vacina às diversas comunidades.

Os dados divulgados pelo departamento de Saúde demonstram que 48% dos residentes na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), que receberam pelo menos uma dose da vacina são brancos, número que excede largamente o terço da população da cidade que é branca e de origem não latina.

Os números da vacina estão incompletos porque 40% das pessoas que foram vacinadas na cidade não forneceram informação demográfica. No entanto, os números refletem os dados da vacinação de outras cidades e estados, com a comunidade negra em todos os locais a ser inoculada a taxas muito inferiores ao seu peso entre a população.

Apenas 11% das doses de vacinas entre os residentes de Nova Iorque foram atribuídas à população negra e 15% a latinos, apesar de os nova-iorquinos negros e latinos constituírem, respetivamente, 24% e 29% da população da cidade. A percentagem de doses de vacinas disponibilizada aos asiáticos, 15%, é semelhante à sua proporção entre a população da cidade (14%).

"Assistimos claramente a uma profunda disparidade que necessita ser corrigida de forma agressiva e criativa", disse Bill de Blasio em declarações aos 'media'. "Existe um profundo problema de descrença e relutância, em particular nas comunidades de cor", frisou.

De Blasio disse que as medidas se destinam a aumentar as taxas de vacinação nas comunidades não brancas e incluem a simplificação do processo de aplicação e a tradução dos materiais em línguas adicionais.

A pandemia do novo coronavírus originou elevadas taxas de mortalidade entre a população negra e latina na cidade de Nova Iorque e em todo o país, e os receios de que os dados da vacinação demonstrassem uma semelhante disparidade pressionou de Blasio a divulgar os números, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

"As estatísticas demográficas sobre a distribuição da vacina e que a cidade hoje finalmente divulgou após um longo atraso confirmam o que receávamos e esperávamos -- que as pessoas e as comunidades de cor, atingidas desproporcionalmente pela pandemia, também foram desproporcionalmente prejudicadas num acesso equitativo à vacinação", considerou numa declaração o advogado público Jumaane Williams.

O governador de Nova Iorque, Andrew Como, disse que um estudo sobre quem foi vacinado nesse estado será divulgado nos próximos dias, mas espera que esses números também demonstram disparidades raciais.

Cuomo assinalou ainda que o estado de Nova Iorque está a planear uma campanha para a promoção da vacina especificamente dirigida à população negra nova-iorquina.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.219.793 mortos resultantes de mais de 102,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Os EUA são o país com mais mortos e também com mais casos da covid-19 em todo o mundo.

Segundo a mais recente contagem independente da Universidade John Hopkins, que contabiliza mais de 26 milhões de casos no país, morreram, desde o início da pandemia, 440.221 pessoas devido à doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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