Contra factos, não há argumentos!
Li com atenção a “peça jornalista” (Fazer e Responder) no D. N. do passado dia 22 de Janeiro” onde o articulista opinou sobre as “leis imutáveis da natureza que possibilitam a descrição integral da evolução dos corpos no espaço e no tempo” de Isaac Newton.
Durante muito tempo, acreditou-se que a Lei da Gravitação Universal deNewton, descrevia de um modo exato as distorções gravitacionais, o que mais tarde Einstein veio comprovar a sua inexatidão.
A Teoria Geral da Relatividade questionou justamente essa ideia, dois séculos depois. O “lado fraco” de Newton tornou-se o” lado forte” de Einstein. O relativismo/subjetivismo (incerteza) deu lugar à relatividade (certeza). Falar de “relatividade”, era lembrar que os absolutos newtonianos estavam mortos: não há espaço absoluto, não há simultaneidade absoluta. Foi a Teoria Geral da Relatividade, que pôs em ordem o domínio da Física. A coerência lógica, só se pode expressar em linguagem matemática.
Newton previu o valor do desvio de 0.87 de arco, ao contrário de Einstein, que
calculou o valor exato de 1,74. Foram estas diferenças mensuráveis e verificados em 29 de Maio de 1919 na ilha do Príncipe e na cidade de Sobral no Ceará, que confirmaram a exatidão dos cálculos previstos em 1915, pelo génio, considerado a personagem mais influente do século vinte.(TIMES,1999)
A Real Sociedade Britânica enviou duas missões ao estrangeiro, incumbidas da verificação oficial do fenómeno pré-anunciado por Albert Einstein . As observações levadas a efeito, tanto na Ilha do Príncipe como no Sobral, foram concludentes.
A Madeira pode orgulhar-se de estar na rota do internacionalismo científico. Os astrofísicos, Eddington, Cottingham, Crommelin e Davidson, chegaram ao Funchal, no dia 14 de Março de 1919, vindos de Liverpool, no vapor Anselm. Eddinghon e Cottingham ficaram hospedados no hotel Bela Vista, até ao dia 9 de Abril, com destino à ilha do Príncipe no vapor Portugal. Cromelin e Davidson continuaram viagem para o nordeste do Brasil, cidade de Sobral(Ceará).
Tendo em conta que a narrativa do ponto 1 do referido artigo de opinião Fazer e Responder(e), sonega a verdade dos factos , aconselho o articulista, a rever a matéria. Contra factos não há argumentos!...
Ricardo J. Franco de Sousa