Flashes
São flashes (uma coisa auroral, sem grandes conotações): notas de viagem, como quem vai a bordo a relatar, descrições, vez por outra, turvadas pelos estados da alma. Vão deixando, a cada porto – até num cais de Nibiru (o mítico décimo planeta do sistema solar) -, testemunhos de pequenas alegrias, mágoas de passagem, dias de tanto amargo, horizontes abertos, rumos incertos, ancoradouros...
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Dernières nouvelles (aguardando, com gerúndio, o devorar de todas as estrelas). Hoje, aniversariam dois bons amigos: Arménio Vieira (Prémio Camões), poetando em prosa e verso, e António de Castro Guerra, ousando metáfora autobiográfica. Ontem, aniversariou a amiga Maria Dulce Araújo (Rádio Vaticano), poesia em pessoa. E também o amigo Nelson Santos Silva, perfil de poeta. É que os flashes também falam dos aquarianos.
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The New Yorker. Uma passada de olhos. Sátira de Boris Borowitz sobre o processo de destituição contra o antigo presidente Donald Trump. O riso a criar racionalidades questionadoras e práticas de resistência. A insensatez chegada ao patamar de só ser desmontada pelos novos decretos presidenciais de Joe Biden. Ou pelo riso, o de subverter tudo. Em verdade, o todo incorpóreo nos galalaus...per omnia sæcula sæculorum.
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Partigiani, eu não acho piada nenhuma ao estalar do ovo da serpente, ao que se avança pela extrema-direita (mesmo que se apresente com máscaras civis). Partigiani, eu não fico indiferente ao esdrúxulo da distorção e da negação da Escravatura, do Holocausto, do Colonialismo, do Racismo, estas excrescências...que sim, reptilianas, se incorrem a repetíveis.
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Tenho andado estranho. Com a densidade de um livro fechado, selado em pdf. Todavia – ainda me desnorteio no fuso -, cá vou alvoroçado de mais evocações, falares, sabores e aromas. Povoado de minha infância. De conjugações pretéritas. Ritos de passagem. Relicários de lembrança...enfim, flashes, de tão inconsequentes e inúteis, a valerem não mais que diagonal leitura...