Estufas agrícolas ‘sem’ impacto na paisagem
Agricultura tecnológica é garantia “de qualidade, de produtividade e de rentabilidade”, garante o presidente do Governo Regional
O Presidente do Governo Regional não vê inconveniente no impacto paisagístico das estufas agrícolas, nem mesmo quando é o próprio a apelar e admitir que a modernização do sector é processo irreversível.
Miguel Albuquerque, que hoje visitou uma exploração agrícola em estufa para a produção de morango e alface em bancadas, num terreno com uma área total de 2.000 m2 armada em dois socalcos, situada ao Caminho de Ferro, na freguesia do Monte, vincou ser um exemplo do que será “o futuro” da agricultura na Região.
A exploração em causa serviu para sublinhar o que “deve ser a agricultura para a Madeira no futuro. Uma agricultura rentável, à base da tecnologia, na vanguarda e na inovação, garantindo altos índices de qualidade, de produtividade e de rentabilidade”, apontou. Já a agricultura tradicional “da enxada e de estar vergado no peso, já não existe nem as novas gerações vão aceitar isso”, avisa, para reafirmar que a prática agrícola visitada “é que é o futuro”.
Quanto ao impacto visual destas estruturas agrícolas, desvalorizou, com o argumento de haver um conjunto de grandes produções que salvaguardam a humanização da paisagem, nomeadamente a banana, cana-de-açúcar e o vinho. Como tal, não vê inconveniente que algumas produções se desenvolvam em estufa. Realça mesmo que estas “pequenas unidades podem até serem inseridas em zonas urbanas, sem qualquer problema”, como foi o caso da exploração visitada.
Sandra Ascensão Silva , 29 Janeiro 2021 - 15:37
Área de 2.000 m2 produz 13,5 toneladas
Nesta exploração agrícola em estufa, Luís Freitas, o empresário agrícola, juntamente com os três colaboradores a tempo inteiro, produz anualmente “até 8,5 toneladas” de morango, entre Abril e Agosto, e cerca de “5 toneladas” de alface, entre Novembro e Janeiro. No terreno onde no passado havia anoneiras e abacateiras, produz ainda “à volta de 26 toneladas de couve para caldo verde”, produto que é já preparado e embalado no local para fornecer “as grandes superfícies”.
A razão desta visita presidencial foi ter beneficiado recentemente, ao abrigo do PRODERAM, de apoio ao investimento de modernização de explorações agrícolas no valor superior a 65 mil euros, sendo que o montante global do investimento ascendeu a 146 mil euros.
Investimento em mais tecnologia, onde também sobressai a ‘estação meteorológica’ inserida na própria unidade que garante o controlo automático do sistema de gestão da própria estufa (abrir/fechar) de acordo com factores climáticos como temperatura, humidade, precipitação e vento.
“Já não há a tal enxada e o cavar. Isso já não existe. É muito mais simples e é uma produção mais intensa que garante melhores resultados”, concretizou.