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Pandemia "afunda" expedição aos destroços do Titanic

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Uma expedição aos destroços do Titanic foi adiada por tempo indeterminado devido à pandemia do novo coronavírus, anunciou a empresa proprietária dos direitos de resgate dos artefactos que o navio ainda encerra.

Destinada a resgatar o equipamento de rádio do navio naufragado em 1912, que repousa a quase 4 quilómetros de profundidade em águas internacionais no Atlântico Norte, a expedição foi suspensa devido a "dificuldades crescentes associadas com viagens e logística internacional e aos riscos de saúde da equipa", disse a empresa RMS Titanic Inc.

A expedição para recuperar o rádio - conhecido por "máquina de telégrafo sem fios Marconi" - irá ter lugar "assim que seja possível de forma responsável", adiantou a empresa, que reconheceu estar a viver constrangimentos financeiros também relacionados com a pandemia.

Estes constrangimentos devem-se às quebras nas vendas de bilhetes para as exposições, em todos os Estados Unidos, de artefactos recuperados no naufrágio, que ou estão encerradas ou com baixa afluência, devido ao confinamento em muitas cidades para conter a pandemia.

A coleção da RMS Titanic Inc. inclui serviços de prata, porcelana, moedas de ouro, um pedaço do casco do navio, entre outros artefactos resgatados, que já atraíram milhões de visitantes todos os anos, incluindo em exposições itinerantes na Europa e noutros pontos do mundo.

O simbolismo do rádio reside no facto de ter sido usado para enviar mensagens de socorro para navios que se encontravam nas imediações do naufrágio, e que acorreram ao local permitindo salvar cerca de 700 pessoas das águas geladas do Atlântico Norte, onde morreram 1.500 passageiros e tripulantes.

Apesar de a RMS Titanic Inc. ter uma autorização do tribunal distrital de Norfolk, Estado da Virginia, para realizar as suas expedições, o Governo norte-americano continua a opor-se às mesmas, argumentando que tal é contrário à lei federal e viola um acordo internacional com o Reino Unido.

Uma ação judicial do Governo para impedir a expedição está atualmente pendente num tribunal de recursos em Richmond.

Apesar de se situar fora da zona de jurisdição marítima dos Estados Unidos, o local tem o estatuto de memorial às vítimas do naufrágio, e o acesso, no entendimento do Governo, exige permissão a nível federal.

Foi uma expedição da Marinha norte-americana que, em 1985, 73 anos depois do naufrágio, identificou os destroços do navio, quando tentava localizar os destroços de dois submarinos nucleare, o USS Thresh e o USS Scorpions, também naufragados na zona na década de 1960.

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