Carta aberta aos unionistas

Não é minha característica olhar para o que foi feito e fazer meros balanços. Mas também sou sensível a que as obrigações de ser Presidente de uma Assembleia Geral significam proceder a análises em alguns momentos e fazer-vos sentir o orgulho que temos no que foi feito e a absoluta convicção de que melhores serão os dias que virão.

Seria fácil apenas reportar-vos o que estava mal e lembrar-vos que éramos um Clube à beira da falência. Seria cómodo recordar-vos que para alguns seríamos apenas um Clube em vias de extinção, era mais fácil fechar e seguir o nosso caminho apenas pela nova entidade jurídica, mas isso seria demagógico e pouco ético para um Clube com 107 anos, com uma história que fala por si mesma e com um contributo para o desporto regional imensurável.

Não me resigno ao que foi feito porque o sonho comanda a vida e o unionismo que nos rege falará sempre mais alto.

Dita o calendário que entramos num novo ano.

E queremos mais! E vamos ter que lutar por mais, queremos fazer de 2021 um ano marcante na nossa história, retomando a nossa maior missão, honrar o passado e escrever o futuro.

O nosso maior património serão sempre os Sócios e a direção tem a obrigação de fazer por recuperar os cerca de 5.000 sócios adormecidos, para recuperarmos a mística e estabilidade anual.

Também na Associação Desportiva União da Madeira que tem a missão de formar os unionistas do futuro e que tem tido um trabalho na formação notável, elogiado por todos. A formação representa a riqueza de que se alimenta a nossa intensa Paixão!

A Direção tem de encontrar e estabelecer as áreas de acção e missão de cada entidade jurídica, sem descorar o passado e as suas responsabilidades. Apenas honrando o passado podemos ser honrados no futuro.

Não posso por isso concordar com o “entregar de mão beijada” de 107 anos de história, é preciso fazer tudo o que é humanamente possível para salvar o CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO, aquele que foi fundando em 1913 e que “empresta” as suas cores e símbolos às outras entidades jurídicas.

Também a SAD tem de se encontrar e recuperar os erros do passado, os accionistas têm de participar mais na vida activa da sociedade e serem os principais agentes na gestão activa desta “nossa” empresa. O Clube de Futebol União como maior accionista da SAD e representante dos sócios, tem de encontrar maneira de zelar pela passagem dos direitos da marca União para esta sociedade e exigir condições para que haja estabilidade, governabilidade e resultados.

Todas as entidades jurídicas fazem parte das ramificações necessárias para a organização da nossa marca, mas têm de ter a responsabilidade de fazer mais, evitar divisões e lutarem pelos mesmos desígnios e todos têm de perceber que apenas recuperando o CLUBE DE FUTEBOL UNÃO faz sentido para que os outros existam, caso contrário não têm razão de existir.

Temos de saber falar a uma só voz e irei fazer tudo para que isso aconteça.

Estou confiante e esperançado que a Direção fará tudo o que estiver ao seu alcance para esta recuperação ser possível e juntos, inquestionavelmente juntos, vamos fazer de 2021 o ano da viragem.

Que o vivam com saúde, com prosperidade, com Amor e sempre, SEMPRE, com o CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO no coração.

Por último demonstrar a minha gratidão para com todos os que defenderam e defendem a nossa camisola, a eles quero expressar a minha maior gratidão. Têm sido anos de enorme sufoco financeiro e tem havido muitas pessoas, colaboradores, jogadores, dirigentes...muito sacrificados pela conjuntura que atravessamos.

Bem hajam por tudo.

Desejo também para todos os verdadeiros adeptos do Desporto.

Bom ano de 2021.

Estanislau Barros  - Presidente da Assembleia Geral do União

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