2019 foi o ano com maior quantidade de água captada na Madeira
Dos mais de 62 milhões de metros cúbicos de água recolhida, 42% foram distribuídas para consumo
"Os dados recolhidos pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM) para o ano de 2019 indicam que a água distribuída através da rede pública rondou os 26,2 milhões de metros cúbicos, +0,9% que em 2018", tendo o sector doméstico sido o destino de 56,3% da água distribuída, "percentagem ligeiramente superior à de 2018 (55,9%)", adianta em nota emitida esta tarde.
Estes dados revelam que dos mais de 62 milhões de metros cúbicos de água recolhida, o valor recorde nos anos disponíveis (1991-2019, ou 29 anos), um total de 42% foram distribuídos para consumo, sobrando os restantes 58% de utilização não revelada. Refira-se que outros 11,4 milhões de metros cúbicos são destinados ao Comércio e Serviços, à actividade Industrial, entre 'Outros'.
Noutro indicador, "a produção global de resíduos em 2019, na RAM, ascendeu às 285,8 mil toneladas, valor superior em 61,9 mil toneladas comparativamente ao ano precedente". A DREM explica que este crescimento exponencial de 27,7% "é fundamentalmente explicado pelo aumento verificado na deposição de inertes, que passou de 62,5 para 121,7 mil toneladas entre 2018 e 2019. Excluindo esta componente - que ao longo dos anos tem apresentado flutuações apreciáveis - a variação anual da produção global de resíduos seria de +1,7% (+2,7 mil toneladas)", afiança.
Diz ainda que a "principal componente da produção global diz respeito aos resíduos que são tratados na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra (133,5 mil toneladas), os quais registaram um acréscimo de 2,1% relativamente a 2018. De notar, que em 2019, na referida Estação foi retomada a operação na unidade de compostagem, onde foram valorizados 2,5 mil toneladas de resíduos orgânicos", lembra.
Investimento público cresceu após 4 anos
Por sua vez, "a despesa consolidada da Administração Regional da RAM em gestão e protecção do ambiente no ano em análise cresceu para os 28,5 milhões de euros, interrompendo assim uma sequência de 4 anos de sucessivas quedas", frisa. "Daquele total 69,2% foi canalizado para o domínio 'Solos, águas subterrâneas e superficiais' (29,4% em 2018)", ou seja mais do que duplicou o peso deste domínio no investimento público.
Menos bombeiros com mais serviço sobretudo pré-hospitalar
No ano em causa, "as 10 corporações de bombeiros existentes na Região contavam com 703 efetivos (menos 14 que em 2018), que prestaram cerca de 44,1 mil serviços (+8,4% que em 2018), na sua larga maioria (70,5%) relacionados com a área da saúde/pré-hospitalar", resume a DREM. "Os gastos das corporações de bombeiros rondaram os 12,0 milhões de euros, +15,1% que em 2018, sendo que daquele total 84,0% dizem respeito a gastos com pessoal (82,2% em 2018)", sinaliza.
Menos de metade da chuva e mais calor
Em 2019, outro indicador que merece nota de realce é a quantidade de precipitação, que "foi inferior à do ano precedente quer no Funchal (244,5 mm em 2019 contra 550,9 mm em 2018) quer no Porto Santo (339,8 mm em 2019 contra 459,5 mm em 2018)", destacando-se que na capital a redução foi para menos de metade ou -44,4%.
Enquanto que no que diz respeito às temperaturas, "no Funchal, a média das temperaturas máximas em 2019 foi de 23,6ºC (22,8ºC em 2018), enquanto no caso das mínimas, a média foi de 17,7ºC (17,2ºC em 2018)".
Apenas 2,5% do ar que se respira é fraco ou mau
Nota ainda para estas estatísticas do Ambiente (algumas já conhecidas mas não compiladas num único documento como o faz a DREM), os dados sobre a qualidade do ar que "mostram que 39,5% das observações para a aglomeração do Funchal tiveram um resultado de 'Muito Bom' ou 'Bom', enquanto 58,1% registaram uma qualidade 'Média'. Apenas 2,5% das observações apresentaram uma avaliação qualitativa negativa de 'Fraco' ou 'Mau'", calcula.
Indicadores já conhecidos têm a ver com a qualidade das águas balneares, por exemplo. "Em 2019, foi atribuída bandeira azul a 16 praias na RAM, menos uma que no ano precedente. Em termos de qualidade das águas balneares, 98,1% eram excelentes ou boas, não existindo nenhuma praia com má qualidade", aponta.
E, por fim, de "assinalar ainda em 2019 a ocorrência de 54 incêndios florestais (menos nove que no ano precedente), que consumiram uma área de 87 hectares (-51,5% que em 2018), dos quais 58 hectares de povoamentos florestais", o valor mais baixo pelo menos desde 2006.