Eleições Autárquicas Madeira

Dinarte Fernandes não atingido por preferência do PSD por Ricardo Teixeira

Presidente da Câmara de Santana questiona: “Porquê um em detrimento do outro?” E diz que PSD está habituado a ter "alguém em quem possa mandar e desmandar"

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Dinarte Fernandes desvaloriza a pressão de alguns militantes do PDS-Santana que rejeitam a sua candidatura às eleições autárquicas de Outubro e que fazem finca-pé no seu afastamento como condição para apoiar uma eventual coligação entre social-democratas e centristas. O actual presidente da Câmara de Santana e militante do CDS garante que não o incomoda a preferência destes pelo colega de partido e presidente da Junta de Freguesia de Santana, Ricardo Teixeira, mas questiona: “Porquê um em detrimento do outro?” E assumiu-se contente pelo CDS em tão pouco tempo ter conseguido afirmar dois ou mais autarcas “com qualidade suficiente para que o PSD não tenha outra alternativa se não ‘piscar o olho’ a um deles”.

Visado na notícia publicada na edição de hoje do DIÁRIO, o ainda presidente da Câmara começou por dizer que desconhece quem são os militantes da concelhia do PDS-Santana que se opõem à sua continuidade de funções, que está demasiado concentrado e preocupado em fazer aquilo que esse PSD-Santana não quer que eu faça, que é obra”. Dando como exemplos a bolsa de emprego, uma provável segunda vaga de apoio às empresas, as obras de requalificação urbanística e as obras de proximidade, acusou o PSD, dizendo que é isso que o partido não quer que faça, nem Dinarte, nem outro autarca que não fosse da mesma cor. “O PSD está habituado a ter à frente dos destinos da Câmara de Santana alguém em quem possa mandar e desmandar, e isso felizmente já vai para oito anos que o povo abriu os olhos e não deixa que isso aconteça”, garantiu

O compromisso do autarca nesta fase é fazer o máximo possível, aproveitando a margem deixada pelo que diz ter sido uma boa gestão financeira do Executivo nos últimos sete anos. “Fazer alguma coisa de jeito, coisa que o PSD não sabe o que é fazer talvez na última década”.

Há pelo menos uma fracção do PSD-Santana que não pretende que Dinarte Fernandes continue a liderar o Município. A esses o visado questiona: “Porque é que não têm um candidato do PSD? E porque é que preferem um candidato do CDS, nesta caso não sou eu, porque é que preferem esse candidato?”

Dinarte Fernandes desvaloriza que seja uma questão pessoal, e diz que recebeu esta manhã uma mensagem de um social-democrata com quem tem uma relação de amizade a demarcar-se dessa posição. Acredita que há militantes e simpatizantes do PSD que estão disponíveis para apoiá-lo, como fizeram a Teófilo Cunha em 2013 e em 2017. O ex-número dois do agora secretário regional do Mar e Pescas lembra que uma coisa é uma eleição para um governo regional e que outra é uma eleição autárquica, em que se vota mais em pessoas do que em partidos.

Com o aproximar das eleições e das campanhas, as pessoas revelam-se, na sua opinião. E revelam-se tanto pelo seu melhor, como pelo seu pior, acrescentou. “Eu espero revelar-me por aquilo que eu tenho de melhor, que é a vontade e a determinação para servir o meu concelho”.

Dinarte Fernandes deixou claro que pretende se recandidatar. Espera ter o apoio do CDS: “Claro que conto com esse apoio e especialmente com o apoio de quem com quem eu trabalhei e aprendi bastante e respeito muito, que é uma pessoa que tem um peso fundamental dentro do partido, que é o Teófilo Cunha”.

Sobre uma possível candidatura independente, caso o partido apoie outro nome, não assume nesta fase essa intenção, sem a rejeitar por completo. “Esse cenário não se coloca, para já”, disse. “Neste momento não penso numa recandidatura independente. Sou militante do CDS”. Mas recorda que em política as coisas mudam, vão-se alterando conforme as circunstâncias se alteram também.

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