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PM italiano em funções apela à criação de um Governo de "salvação nacional"

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O primeiro-ministro italiano em funções, Giuseppe Conte, pediu hoje a criação de um Governo de "salvação nacional" com o máximo apoio parlamentar para enfrentar a pandemia de covid-19, na sua primeira mensagem após a sua demissão.

"É o momento de emergirem no Parlamento as vozes que têm no coração o destino da República. A minha demissão está ao serviço desta possibilidade: a formação de um novo Governo que ofereça uma perspetiva de salvação nacional", afirmou Giuseppe Conte nas redes sociais.

Conte considerou que é necessária uma aliança de "clara lealdade europeia, capaz de promover as decisões mais urgentes e aprovar uma reforma eleitoral".

Entretanto, o seu receio é que a crise política esteja a acontecer em plena pandemia e quando os fundos europeus do Plano de Recuperação devem ser investidos, cerca de 209 mil milhões de euros.

"O país vive um momento verdadeiramente difícil. Há um ano que vivemos uma fase de verdadeira emergência. O sofrimento dos cidadãos, a profunda inquietação social e os problemas económicos exigem uma perspetiva clara e um Governo que tenha uma maioria segura", declarou.

Por este motivo, apelou ao Parlamento para que constitua um governo o mais estável possível, sem esclarecer se deve ser presidido pelo próprio.

O importante, disse Conte, é que o país "recupere rapidamente e enfrente a pandemia e as suas tragédias", minimizando a figura do primeiro-ministro.

"A única coisa que realmente importa, além de quem será chamado para liderar a Itália, é que a República possa levantar a cabeça novamente. Assim, todos teremos vencido", referiu.

Giuseppe Conte apresentou hoje a demissão ao Presidente da República, Sergio Mattarella, que decidiu aceitá-la e iniciar consultas com os partidos para resolver a crise política, anunciou o chefe de Estado.

Mattarella iniciará uma ronda de consultas na quarta-feira à tarde, e continuará na quinta-feira, para analisar as diferentes soluções para a crise governativa a que se chegou após o abandono da coligação governamental por parte do partido Itália Viva, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.

Conte foi forçado a renunciar ao cargo quando deixou de contar com o apoio necessário no Parlamento para algumas nomeações para o seu executivo, incluindo a do ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, marcada para esta semana.

O abandono da coligação por parte do Itália Viva levou à demissão das duas ministras desta formação que integrava a coligação governamental e deixou o primeiro-ministro sem maioria no Senado.

Terceira economia da zona euro e o primeiro país europeu a ser atingido duramente pela pandemia de covid-19, Itália enfrenta a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

Uma crise governamental poderá ainda dificultar a aprovação de um novo plano de ajudas públicas de vários milhares de milhões de euros para apoiar os setores mais afetados pelos confinamentos para travar a progressão do novo coronavírus.

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