Vitória da frustração
Marcelo Rebelo de Sousa recandidatou-se à presidência da República e submeteu-se ao voto dos portugueses e adoptados, mas fê-lo contra outros candidatos de plano inferior e sem imagem, por desconhecidos que eram. Ou seja - sem imagem nem obra que lhes tenha dado reconhecimento ou qualquer privilégio. Candidatos ignorados. Mas Marcelo, sempre na qualidade de Presidente do mandato que carregava, não concorria contra eles. O grande objectivo do actual inquilino de Belém era o rival que levou com ele a sua marca percentual ganhadora quando ocupou a chefia da Nação - Mário Soares. Ultrapassar ou aproximar-se dos 70% é que Marcelo ambicionava e ficou muito aquém de tal bitola... Por isto se conclui que Marcelo saiu derrotado deste acto eleitoral, apesar de “todos” acharem que ele venceu. Um conjunto de analistas e comentadores e branqueadores de resultados, papagueiam que o actual Presidente e fotógrafo, ainda distribuidor de papioca, obteve uma grande vitória, concorrendo contra candidatos ao mesmo ofício, de divisão regional e que nem no banco de suplentes tinham lugar. Não percebo como é que alguns enxergam na vitória que acaba de acontecer nas urnas abertas em todo o país e por tudo o que era pavilhão de recolha de boletins de voto, acham que foi uma vitória “fantástica” quando outra metade do país já sabia que tal ia acontecer. Quer-se dizer, que a reeleição de Marcelo para o cargo que exerce e vai exercer por mais 5 anos, não constitui qualquer surpresa excepto para os seus apaniguados e com palas na cabeça. A surpresa, até para ele, foi não ter atingido nem ter-se aproximado sequer da marca do viajante por Seicheles, que também gostava de fazer mergulho... Assim a sua “vitória esmagadora” anunciada teve apenas um sabor agridoce, a que ele juntará um bife com ovo a cavalo comprado em regime de take away, já que tortugas gigantes montadas, ainda são exclusivo do ex-presidente Mário Soares para frustração do professor de Direito nos directos de TV, com alguma encenação!
Joaquim Moura