Paulo Cafôfo pede coerência no debate político
Em causa a colagem do PSD-M à vitória de Marcelo
O presidente do PS-M não compreende a atitude do PSD-M que "na ânsia de retirar dividendos políticos da vitória de Marcelo Rebelo de Sousa", tenta apagar a postura tida durante "toda a magistratura do Presidente da República passada a fomentar o distanciamento, destratando-o de forma clara e bastante sonora.”
Paulo Cafôfo recorda que no dia 25 de Novembro assumiu publicamente que iria votar a favor de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo subscrito também um manifesto de apoio por parte de outros socialistas à reeleição do presidente em nome da estabilidade que o país necessita para atravessar este momento particularmente difícil.
Mais, lembra que teve oportunidade de cultivar "uma relação de forte apreço pessoal com o nosso presidente da República quando era presidente da Câmara Municipal do Funchal", sublinhando que os madeirenses e os funchalenses em particular, não esquecem a postura de grande elevação e solidariedade que Marcelo Rebelo de Sousa teve aquando dos incêndios de 2016 e eu estarei sempre grato pela forma honrada com a qual sempre cumpriu a sua palavra e nos ajudou a superar esse momento.
Nesse sentido, Paulo Cafôfo não entende o incómodo expresso na sessão plenária da Assembleia Legislativa da Madeira de hoje "onde se viu um PSD com o único propósito em criticar o apoio do líder do PS Madeira, desde a primeira hora, a Marcelo Rebelo de Sousa, ao mesmo tempo que, num acto de completa incoerência com o que tem sido feito, usa da reeleição do presidente como arma de arremesso político".
Quero recordar quem não poupou nas críticas ao presidente, dizendo-o que este só queria tirar selfies, que o acusou de ser uma bengala do Governo da República, ou disse que este estava mais preocupado em passear de camião. Foi o PSD e em particular o presidente do Governo e figuras de destaque deste PSD Madeira, os mesmos que agora se congratulam na vitória de quem têm vindo a destratar.” Paulo Cafôfo
Paulo Cafôfo entende que não pode o PSD chamar a si uma vitória quando todos sabem que pouco contribuiu para ela. “Marcelo Rebelo de Sousa deve a si próprio a vitória. Ao seu perfil, à sua capacidade de estabelecer consensos transversais a vários espectros políticos", sublinha. Relembra ainda que “Miguel Albuquerque andou entre uma candidatura própria que não passou de uma falsa partida, por um convite para ser mandatário nacional de André Ventura, ou por uma imposição de condições ao actual Presidente da República que não lhe ligou nenhuma, só o apoiando à última hora, para com isso poder dizer que tinha saído vencedor das eleições presidenciais".
"Este é um acto de completa incoerência e de despudor político no qual não me revejo”, refere ao DIÁRIO o líder do PS-M, que estende a sua incompreensão aos “deputados do PSD-M que passaram anos a criticar e insultar o presidente" e que hoje "tudo esquecem para se colarem ao vencedor".
Esta manhã no Parlamento, o PSD-M apoderou-se da vitória de Marcelo considerando que as eleições Presidenciais foram a terceira derrota consecutiva para o PS-Madeira, em pouco mais de cinco meses, depois de ter perdido as 'regionais' e as legislativas nacionais. E considerou que Paulo Cafôfo, por ter apoiado o candidato vencedor, fez "uma manobra exótica".