Bazuca europeia “não cairá na TAP”
“O sucesso da presidência portuguesa será claramente um orgulho para Portugal e um mau desempenho pode custar muito às gerações vindouras” alertou, hoje, a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar, durante a sua intervenção na Comissão dos Transportes e Turismo no Parlamento Europeu, que recebeu o Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a Secretária de Estado para o Turismo, Rita Marques, no âmbito da apresentação das prioridades da presidência portuguesa do conselho para os transportes e Turismo. Altura em que manifestou toda a disponibilidade para colaborar e defender o País, mas, também, para fiscalizar as medidas e as acções que venham a ser tomadas.
Cláudia Monteiro de Aguiar que, aludindo aos inúmeros assuntos que os separam, em particular “a reversão total que foi feita na TAP, por uma questão ideológica, estando agora o Estado responsável por esta dívida, com custos elevados para os portugueses“, questionou, a este propósito, o ministro das Infraestruturas, “se estaria em condições de assegurar, no parlamento europeu, que a bazuca europeia e estes apoios extraordinários criados, não iriam ser disparados para a TAP”, sublinhando as referências que fez à ferrovia no seu discurso inicial.
“É importante saber se não deixará a ferrovia em Portugal em estilhaços, com este possível desvio de apoios, porque há outros sectores importantíssimos que precisam de ser ajudados”, disse, levando o ministro a se pronunciar, igualmente, sobre “a solução para a eterna questão do aeroporto”.
Em resposta à eurodeputada, Pedro Nuno Santos afirmou que Portugal “em nenhum momento e em nenhuma situação deixará cair a sua companhia de bandeira” e comprometeu-se a não injectar montantes da bazuca europeia na TAP, uma vez que “as regras europeias não permitem que esse dinheiro seja aplicado no resgate das companhias aéreas”. Quanto à questão do aeroporto, o ministro não se pronunciou.
No debate com a Secretária de Estado para o Turismo, Cláudia Monteiro de Aguiar agradeceu e reconheceu o plano ambicioso apresentado, embora tenha questionado o Governo Português sobre a forma de tornar “esta ambição em propostas concretas para a hotelaria e para a restauração”, evidenciando que no plano de recuperação nacional “a referência ao turismo é paupérrima”.