Eleições Presidenciais Madeira

Vencedores & vencidos

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Boa noite

Na ressaca eleitoral, eis aqueles que, na minha óptica, são vencedores e vencidos regionais das Presidenciais.

Vencedores

Marcelo Rebelo de Sousa.  Sem grandes aparatos mas com cinco anos de consensos e afectos conquistou os portugueses, sobretudo os que votaram na freguesia da Ilha, no concelho da Calheta e na Região, líderes nacionais na votação no candidato que pela primeira vez na história em eleições presidenciais vence em todos os concelhos do país. Cumpriu-se a tradição da democracia portuguesa, sendo reeleito para um segundo mandato com 60% dos votos.

José Manuel Rodrigues. O Presidente do CDS foi o primeiro político na Região a declarar apoio a Marcelo. Fê-lo genuinamente, há um ano, no Congresso centrista de Aveiro, na altura sem motivar grandes entusiasmos. Mas arriscou, defendendo o Presidente de alguns ataques domésticos, propósito que actualizou no início da campanha, em claro contraste com o líder regional do seu partido que só o fez a dois dias das eleições.

Paulo Cafôfo. Comprovadamente se o Presidente reeleito supera o número de votos obtidos pelo PSD e CDS nas últimas Regionais é porque beneficiou de alguma parcela socialista. Mérito para o líder do PS-M que lhe manifestou desde cedo apoio público e que teve ainda o condão de lembrar quem é que andou entretido com a possibilidade de alianças com o Chega.

Os membros das mesas de voto. Foram inexcedíveis e merecem um justo louvor pela coragem que tiveram para garantir a funcionalidade irrepreensível deste acto eleitoral. Não só pelo escrupuloso cumprimento das normas sanitárias impostas pelo contexto de pandemia como pelo profissionalismo e capacidade de adaptação em tempos muito exigentes.

Abstenção. Subiu, o que é. tal como os fundamentalismos, um perigo para a democracia. O que torna urgente a limpeza de cadernos eleitorais, a introdução de meios alternativos à votação presencial e à reflexão séria, sucessivamente adiada.

Inovação. A pandemia não matou a criatividade e neste DIÁRIO conseguimos apresentar novos formatos digitais que nos colocam na linha da frente do desenvolvimento de ferramentas e conteúdos informativos de grande relevância. Orgulhamo-nos de ter apresentado qualidade que, graças à preferência daqueles que nos seguiram, garantiram mais uma noite de glória.

As sondagens. As que publicamos, feitas pela Eurosondagem, não só bateram certo, como foram ligeiramente mais modestas para Marcelo. O retrato do momento foi quase fiel, à imagem daqueles que evitaram aventuras e preferiram manter em Belém quem mais garantias deu de promover consensos.

Vencidos

Miguel Albuquerque. O líder do PSD-M fartou-se de enxovalhar Marcelo no último ano quem chegou a chamar "penduricalho do regime". Colar-se à vitória é no mínimo deplorável. Até porque foi com alguma azia que viu o Presidente da República subir 21 pontos percentuais numa Região por vezes hostil, por nem sempre fazer as vontades aos governantes insulares, nem alegadamente defender a Autonomia do garrote centralista.

Ireneu Barreto. Foi de mau tom tentar gerar um tabu em torno da continuidade ou não no cargo de Representante da República para a Região em pleno acto eleitoral. Foi para gerar uma onda regional de apoio? Se o foi, Albuquerque fez-lhe a vontade.

Miguel Iglésias. O líder parlamentar do PS-M apoiou e organizou claque em torno da mal-amada Ana Gomes. A diplomata foi a mulher mais votada de sempre numas eleições presidenciais em Portugal, com 12,93% dos votos, e a primeira a conseguir um segundo lugar. Mas na Madeira do CINM ficou atrás de Ventura. Está quase tudo dito.

Impagáveis. Também por causa da queda aparatosa na Região, os candidatos presidenciais João Ferreira (PCP e Verdes) e Marisa Matias (BE) não vão ter direito à subvenção estatal para cobrir as despesas de campanha. Obtiveram menos de 5% dos votos.  

Porto Santo. Foi o concelho que mais beneficiou da promoção feita pelo Presidente da República mas o que na Região menos votou em Marcelo. Para quem quer tanto que o Presidente volte à ilha em Fevereiro era expectável mais generosidade!

Os perfis falsos. Bem tentaram influenciar os mais incautos, mas perderam. Até porque em rigor, nas Presidenciais só há um vencedor.

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