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Abstenção em 2016 foi superior nos concelhos com menor escolarização

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Os concelhos onde a abstenção foi mais alta nas presidências de 2016 situam-se no interior norte e são municípios com um nível de escolarização inferior à média nacional, segundo o portal de dados estatísticos EyeData, disponível em www.lusa.pt.

Neste portal, os resultados eleitorais de cada candidato presidencial e da abstenção são divididos em três, permitindo ver qual o terço dos concelhos em que cada candidato ou a abstenção registou os resultados mais elevados, os mais baixos e o resultado médio.

Depois, é possível cruzar esses resultados com um vasto conjunto de variáveis económicas e sociais que permitem caracterizar, em termos médios, como são os concelhos onde os candidatos ou a abstenção registou os resultados mais e menos elevados.

Assim, é possível verificar que nestes concelhos, onde a abstenção ultrapassou, em média, 60% contra os 51,34% registados a nível nacional, a percentagem de população com mais de 15 anos e que terminou pelo menos o ensino secundário é de apenas 22,6%, quando a média nacional é de 30,53%, segundo os últimos dados conhecidos.

Uma situação que se repete quando se mede a percentagem de empregadores com pelo menos o ensino secundário concluído: o valor é de 47,49% nestes concelhos e a média nacional chega aos 53,23%.

Quanto à taxa de retenção no ensino básico, nestes concelhos, o valor atinge os 5,12% quando a média nacional é de 3,8%.

Em termos de sistema educativo, estes concelhos apresentam ainda um valor superior à média nacional quanto ao número de estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário por cada 10 mil habitantes e apresentam uma maior percentagem de computadores com internet no ensino básico e secundário.

No caso dos concelhos com mais abstenção nas presidenciais de 2016 é possível verificar ainda o seguinte:

Ambiente

A percentagem de despesas municipais gastas com ambiente é de apenas 7,16% quando a média nacional atinge os 8,33%.

Em termos de resíduos urbanos recolhidos por habitante estes concelhos apresentam um valor de 563,47 quilos por habitante sendo que apenas 35,62% são enviados para valorização e reciclagem., valores que comparam com uma média nacional de 515,22 quilos e 50,17%.

Estes concelhos apresentam ainda uma maior área da Rede Natura e uma maior superfície de ares protegidas que a média nacional.

Demografia

A densidade populacional destes concelhos é muito inferior à média nacional, apresentando um valor 47,8 habitantes por quilómetro quadrado, quando a média nacional é de 111,62.

Estes concelhos apresentam uma população mais envelhecida que a média nacional, sendo que a população com mais de 65 anos representa 23,25% da sua população total enquanto a média nacional é de 21,99%. Por sua vez, a população com menos de 15 anos é apenas de 12,48% enquanto a média nacional é de 13,63%.

Economia

O poder de compra é inferior à média nacional e atinge apenas 78,95% do total do país. Os trabalhadores por conta de outrem ganham em média 968,95 euros por mês, quando a média nacional é de 1168,42 euros.

Nestes concelhos, o emprego no Estado apresenta uma maior dimensão que a média nacional: 16,54 por cada mil habitantes face aos 12,4 no total do país.

Sociedade

Nestes concelhos, as camas em hospital por mil habitantes são muito inferiores à média nacional (1,55 contra 3,15), o número de centros de saúde por 100 mil habitantes é superior (32,21 contra 15,31) e os médicos por mil habitantes são inferiores (2,56 contra 5,39).

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