Votação ronda os 10% na Ribeira Brava onde há transportes disponíveis para os eleitores
Maria da Conceição não tem medo da Covid-19. Saiu para votar mas leva a sua esferográfica
Maria da Conceição esteve 15 anos em França e nunca votou em nenhum acto eleitoral em terras gaulesas. Na Madeira a disponibilidade e a vontade mudam tudo.
“Lá era trabalhar, trabalhar, trabalhar, não havia cá tempo para votar”, justifica à entrada da Mesa de Voto instalada na Escola Básica de São João, na Ribeira Brava, ao mesmo tempo que desinfectava as mãos.
Com a máscara cirúrgica no rosto, leva no bolso a esferográfica, um novo utensílio que antes não fazia parte da rotina, mas pandemia fez alterar costumes e tradições até nas mais recônditas localidades: “Como poderia esquecer? As notícias estão sempre a lembrar isso”, diz.
Na outra secção de voto, em fila indiana, está Maria José, sem receio que a covid-19 a impedisse de cumprir o seu direito cívico. “Voto sempre”, refere a sexagenária. Ao ombro leva uma carteira e dentro “está sempre uma lapiseira”, não vá precisar para ter de escrever. Hoje vai ser para fazer uma cruz no boletim.
Entretanto chega Ricardo Nascimento. O presidente do município revela que durante a semana existiram constrangimentos na constituição das Mesas de Voto e que foram necessário “esgotar a bolsa” de elementos para compor as secções.
“As pessoas aqui, na Ribeira Brava, estão muito preocupadas com esta pandemia”, explicou o motivo desta inusitada situação que, a esta hora, não faz ultrapassar os 10% de votantes, mesmo que haja alguns transportes que a edilidade disponibilizou.