Cuidado com a factura da água
Desde há já vários anos que raramente passa na minha residência o funcionário encarregue da leitura do contador da água, deixando um cartão na caixa de correio onde alega que ninguém estava na residência, o que é falso, até porque já o vi deixar o cartão sem tocar a campainha e disso tenho quem o possa testemunhar, pelo que 99% das leituras são enviadas por mim, via internet.
No passado mês de dezembro fiquei abismado com o valor constante no recibo para pagamento, nada menos do que 352,67 €, correspondentes a 171 metros cúbicos de consumo, o que para uma residência de apenas 4 pessoas é simplesmente inacreditável, tendo por isso contactado com o departamento de águas para confrontar esta situação. Foi-me então enviado um funcionário para verificar o contador, não tendo sido detectada qualquer fuga, tendo-me o mesmo informado de que o mais provável era ter havido um lapso por parte do responsável pela emissão da factura, no entanto, disse-me que podia aguardar calmamente porque o erro seria corrigido. Para meu espanto, no dia 30 de dezembro, constatei que a câmara municipal, por débito directo, retirou da minha conta os 352,67 €.
Contactados os serviços de águas camarários fui informado de que a facturação estava correcta e nada me seria devolvido, razão pela qual fiz uma reclamação pelo ‘Portal da Queixa’.
Agora fui contactado pela câmara municipal no sentido de que afinal houve um lapso e tenho a receber 73 €, o que considero um valor muito inferior ao real, senão, vejamos, a leitura que enviei em junho foi de 1419 e ignoraram as leitura que enviei nos meses seguintes, repetindo em julho; agosto e setembro a mesma leitura, sempre de 1419. Ora, em outubro, o funcionário, finalmente, veio pessoalmente fazer a leitura, que também enviei, de 1590. Deduzindo à leitura de 1590 do mês de outubro 1419, supostamente do mês de setembro, dá como resultado 171 metros cúbicos, mas que, afinal, não correspondem ao consumo do mês de setembro, mas sim de 4 meses, porque a leitura de 1419 é do mês de junho, elevando assim o valor da cobrança do mês de outubro para o escalão máximo e ignorando os pagamentos de julho; agosto e setembro, cujo valor global pago foi de 117,74 €.
Mesmo no escalão máximo, deveriam ser-me restituídos os 117,74 € e não os 73 € que os serviços camarários afirmam.
Estamos a ser estafados por entidades em quem devíamos confiar, por isso, como mais vale prevenir do que remediar, optei por tirar uma foto com data e hora da leitura mensal do contador e comunica-la via internet e também via telefónica à câmara e ainda, passados alguns dias, entro em contacto telefónico directo com o(a) funcionário(a) do serviço para que confirme a leitura enviada.
Por acaso não tenho piscina, mas sei que 171 metros cúbicos, num só mês, é o equivalente a 171 mil litros de água, que dariam para encher mais de 4 piscinas médias, com mais de 42 mil litros cada.
Depois desta queixa o consumo agora, entre novembro e dezembro, foi de 12 metros cúbicos, cujo valor é de 15,76 €.
Estamos entregues à bicharada!
José Batista