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O Diabo em pessoa no Vaticano

A Capela Sistina no Vaticano, onde se realiza o conclave de nomeação do Papa, é uma das mais célebres obras do Renascimento, pintada por vários artistas, destacando-se os frescos de Miguel Ângelo (1475-1564).

Na época a obra foi muito controversa, muitas críticas surgiram devido às figuras despidas, algumas totalmente nuas. Conta-se que o cardeal Biagio de Cesena ficou chocado ao ver tais imagens numa capela, mais escandaloso por se tratar do Vaticano. Por esse motivo, o cardeal, diariamente, censurava Miguel Ângelo. O Papa, porém, protegeu o artista e deu-lhe liberdade de decorar a capela como melhor entendesse.

A figura do diabo

Entre as várias personagens bíblicas, num dos frescos está retratado, também, o Juízo Final com as almas divididas entre o céu e o inferno. Diz-se que, para pintar o Diabo, Miguel Ângelo inspirou-se no modelo que tinha ali à sua frente: pintou o Demónio com a cara do cardeal Biagio de Cesena que o infernizava todos os dias.

Queixa ao Papa

O cardeal, que estava chocado com as figuras nuas, mais furioso ficou ao perceber que a sua cara estava representada no inferno como Diabo. O cardeal apresentou queixa ao Papa e suplicou que o mandasse retirar das profundezas do Inferno.

O Papa, porém, respondeu ao cardeal: - Ai triste de nós! Irmão Biagio não te posso valer. Se estivesses no Purgatório, ainda podia mover as minhas influências. Mas no inferno não tenho jurisdição, nem eu nem São Pedro nada podemos fazer para te salvar!

E assim ficou o cardeal no inferno, ainda hoje podemos ver o Diabo na capela Sistina que, dizem, retrata a face do Cardeal Biagio de Cesena, pessoa que tanto infernizou Miguel Ângelo que acabou imortalizado como Diabo.

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