Escassez de vacinas nos EUA força cancelamentos e adiamentos na vacinação
A escassez de vacinas contra a pandemia de covid-19 levou hoje a que alguns locais de vacinação na cidade de Nova Iorque começassem a cancelar ou adiar o processo de vacinação que o presidente norte-americano, Joe Biden, jurou reverter.
As entregas de vacinas em menor quantidade do que era esperado pelo governo federal causaram "frustração e confusão", revelou a Associeted Press (AP), adiantando que a menor quantidade está a limitar a capacidade dos estados norte-americanos em enfrentar o surto pandémico que matou mais de 400.000 norte-americanos.
Nos últimos dias, as autoridades dos estados da Califórnia, Ohio, West Virginia, Flórida e do Havai alertaram para que os stocks de vacinas estavam a terminar e o fornecimento das mesmas era menor.
O presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, explicou que a vacinação não parou em toda a cidade, mas que a procura de vacinas excede agora, em muito, o número de doses disponíveis.
"É tremendamente triste que tenhamos tantas pessoas a desejarem a vacina e tanta capacidade em aplicá-la", afirmou o responsável politico, tendo dito: "O que está a acontecer?".
E prosseguiu: "Por falta de abastecimento, estamos realmente a ter de cancelar compromissos".
Nas últimas duas semanas, os estados norte-americanos, a pedido da administração Trump, alargaram rapidamente as iniciativas de vacinação para as pessoas com 65 anos ou mais anos, o que aumentou as expectativas de disponibilização de vacinas e criou uma maior procura.
Na semana passada, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos disse que as expectativas dos estados norte-americanos sobre a quantidade de vacinas iam "numa direção errada".
Marcus Plescia, que pertence à Associação de Saúde Territorial e Estadual, explicou à agência AP que o alargamento da elegibilidade da vacina às pessoas com 65 anos ou mais foi feito "muito cedo", antes que o abastecimento pudesse aumentar.
"Precisávamos de uma liderança federal estável no início do processo de vacinação", lembrou Plescia, adiantando que "isso não aconteceu".
"Agora que não estamos dar prioridade a esses grupos, vai haver algum atraso para que a oferta se ajuste à procura", salientou o médico.
O abastecimento "vai aumentar nas próximas semanas", garantiu à AP a mesma fonte.
As entregas saem para os estados norte-americanos todas as semanas e a administração federal e as farmacêuticas têm vindo a garantir que grandes quantidades "estão a caminho", frisou o médico.
"O abastecimento (de vacinas) deu-se a um ritmo dececionante", pois a administração norte-americana entregou quase 38 milhões de doses aos estados e apenas cerca de 17,5 milhões foram administradas, segundo dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças do país.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.