Julgamento de destituição de Trump no Senado ainda sem data
A líder democrata da Câmara dos Representantes recusou hoje indicar quando pretendia transmitir ao Senado a acusação contra Donald Trump por incitamento à "insurgência", passo fundamental para a abertura de um histórico segundo julgamento de destituição do ex-Presidente.
"Vai ser em breve. Não creio que vai demorar, mas temos de fazer isso", explicou a democrata Nancy Pelosi na sua conferência de imprensa semanal.
No passado dia 13 de janeiro, Donald Trump tornou-se no primeiro Presidente na história dos Estados Unidos a ser alvo de dois processos de 'impeachement'.
Mais de 230 democratas, mas também 10 republicanos, votaram a favor deste 'impeachment', acusando o Trump de ter incitado os seus apoiantes a invadir o Capitólio, a 06 de janeiro.
O Senado deve agora organizar um julgamento de destituição, mas as negociações continuam sobre a forma e a duração do mesmo.
"Não vou dizer quando" a acusação vai ser transmitida à Câmara Alta, indicou Pelosi.
"Tivemos que esperar até que o Senado estivesse em sessão. Agora informaram-me que estão prontos para o receber, mas as questões [permanecem] sobre a organização do processo. Nós estamos preparados", vincou.
Este processo ameaça particularmente dificultar os primeiros dias do mandato de Joe Biden ao monopolizar todas as atividades do Senado ao mesmo tempo que o novo Presidente quer aprovar as primeiras leis.
"Vou falar com os procuradores" da Câmara encarregados de apresentar a acusação "para saber quando o Senado está pronto para o processo", prosseguiu Pelosi.
Embora vários republicanos tenham manifestado publicamente críticas a Donald Trump no caso da invasão do Capitólio, o resultado de um julgamento de 'impeachment' é ainda muito incerto.
Ao negar a sua derrota para Joe Biden na eleição de novembro, Donald Trump fez um discurso a 06 de janeiro, quando o Congresso se preparava para certificar o resultado da eleição presidencial.
"Vocês nunca vão retomar o nosso país sendo fracos. É preciso mostrar força e ser forte", disse Trump aos apoiantes, convidando-os a marchar "pacificamente e de forma patriótica".
Logo depois, os manifestantes seguiram a passo em direção ao Capitólio invadindo o edifício num ataque sem precedentes que provocou cinco mortos.