Madeira

1.100 quilómetros de cabo submarino ligam Madeira a Sines

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Presidente do Governo acompanha instalação final amanhã na Praia Formosa

O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, vai acompanhar esta sexta-feira, a partir das 11 horas, na Praia Formosa, a fase final de instalação do novo cabo submarino de telecomunicações, que vai ligar a Madeira ao continente português, em Sines, um investimento da Região de 15,1 milhões de euros.

O cabo EllaLink incorpora tecnologia capaz de disponibilizar o mais avançado sistema de telecomunicações submarino e terá uma capacidade de 30 terabits por segundo.

A ligação por cabo dedicado entre a Madeira e o continente português totaliza cerca de 1.100 quilómetros, sendo realizada por uma derivação, entre a ECS (Estação de Cabos Submarinos) do Amparo e a respectiva unidade de derivação BU5 (Branch Unit - BU) que interligará ao cabo submarino principal a cerca de 80 quilómetros da costa.

Este sistema óptico submarino permitirá uma ligação de elevada capacidade e baixa latência entre Lisboa e o Funchal. A sua construção será realizada pela empresa ASN – Alcatel Submarine Networks, com larga experiência na área de sistemas submarinos.

Recorde-se que a formalização da decisão do Governo Regional foi tomada em Maio de 2018, com a assinatura de um contrato entre a EMACOM e a EllaLink Ireland Limited no valor de 13.6 milhões de euros para o fornecimento de uma infraestrutura de telecomunicações submarina entre o Funchal e Sines. A este valor acresce o investimento de 1,5 milhões de euros relativos a infraestruturas on-shore (em terra), incluindo custos de construção civil da Estação Terrestre do Amparo e respectivos equipamentos e o lançamento do cabo entre a Praia Formosa e aquela última.

Esta infraestrutura prevê o direito irrevogável para a utilização de um par de fibras dedicado no cabo EllaLink., a propriedade da derivação da Madeira e o fornecimento do equipamento de transmissão óptica com 300Gbps de capacidade inicial. É garantido igualmente o suporte para a ampliação da capacidade máxima de transmissão para 30Tbps e um período de vida útil não inferior a 25 anos.

A ECS situa-se no interior da subestação do Amparo, que sofreu uma reestruturação total para dotar o edifício com as condições necessárias para receber uma estação recetora de cabos submarinos. Edificado em dois pisos, a CLS inclui salas próprias em 

ambiente de datacenter para a instalação dos equipamentos de transmissão e operação do cabo submarino, espaço para bastidores de interligação com outros operadores e redundância de alimentação e climatização.

O traçado terrestre em fibra óptica entre a ECS e a Praia Formosa conta com dois quilómetros de extensão e foi implementado com sucesso no passado mês de Dezembro, em paralelo com as obras de reforço do paredão da Praia Formosa e da construção do cabeção que serve de interface com a componente submarina do cabo EllaLink.

Além do par de fibras dedicado, uma terceira fibra será utilizada para implementação do EllaLink GeoLab. Em colaboração com as redes científicas Géant e FCT, esta iniciativa visa fornecer à comunidade científica dados em tempo real, precisos e relevantes sobre as condições dos fundos marinhos. Baseado na tecnologia DAS – Sensor Acústico Distribuído – uma técnica pioneira que permite a monitorização da integridade do cabo submarino através da análise do padrão único da fase do sinal óptico.

A detecção de desvios daquela assinatura permite a associação a eventos externos no fundo submarino como pesca de arrasto, detecção de terramotos, acompanhamento das correntes marítimas, deslocação das placas tectónicas e outros fenómenos.

A análise é efectuada através da técnica de OTDR (Optical time-domain reflectometer), que analisa as diferenças na propagação do sinal óptico em  determinadas secções do cabo submarino. O equipamento de análise será instalado na CLS do Funchal.

A ligação Funchal – Sines será a primeira em operação a nível mundial que incorpora esta tecnologia de forma permanente.

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