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Cidade brasileira de Manaus espera conter crise com oxigénio venezuelano

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A cidade brasileira de Manaus espera que o colapso sanitário na região seja contido com a chegada de 136 mil metros cúbicos de oxigénio da Venezuela, cuja escassez já matou 51 pessoas na região, segundo o Ministério Público.

Cinco camiões cisterna, carregados com cerca de 25 mil metros cúbicos de oxigénio cada um, chegaram a Manaus, capital do estado do Amazonas, na noite de terça-feira, após ter partido da Venezuela no sábado e cruzar a fronteira com o Brasil um dia depois, informou hoje o executivo amazonense em comunicado.

"Seguramente que vai ser muito útil, porque ainda estamos a reequilibrar a rede, e (a carga) vai ajudar muito no equilíbrio, principalmente neste momento, em que temos um aumento de casos no interior do estado", disse o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, citado no texto.

Com 6.450 mortes e quase 235 mil casos confirmados de covid-19, o Amazonas atravessa uma grave crise de saúde, cuja falta de camas de hospital, oxigénio e outros equipamentos obrigou a transferência de dezenas de pacientes para outros estados brasileiros.

Após a chegada da doação da Venezuela, a carga foi transferida para a única empresa que fornece oxigénio para o estado e deve começar a ser distribuída aos municípios do Amazonas ainda hoje.

A ajuda da Venezuela ao Brasil aconteceu na passada quinta-feira, quando o Presidente Nicolás Maduro mandou o seu Governo entrar em contacto com as autoridades de Manaus para disponibilizar o oxigénio necessário para conter a emergência sanitária.

Segundo dados do próprio executivo estadual, devido ao elevado número de pacientes internados com o novo coronavírus, o consumo diário de oxigénio no Amazonas aumentou para 76 mil metros cúbicos por dia, quantidade quase três vezes superior à registado em março de 2020, quando Manaus também viveu uma dura crise de saúde devido à primeira vaga da pandemia.

Essa escassez de oxigénio causou a morte por asfixia de pelo menos 51 pessoas nos últimos dias, principalmente nas cidades do interior, segundo cálculos do Ministério Público.

Também hoje, o Governo do Amazonas recebeu cinco centrais independentes para a produção de oxigénio líquido, doadas pelo Hospital Sírio-Libanês de São Paulo e que serão utilizadas para atender as necessidades de postos de saúde do interior do estado.

Já o Ministério da Saúde informou que o Exército Brasileiro iniciou hoje a instalação das duas primeiras centrais geradoras em Manaus, com capacidade para produzir 26 metros cúbicos de oxigénio por hora e que atenderão as 50 camas clínicas do hospital de campanha da cidade.

Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (211.491, em mais de 8,5 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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