Madeira

Novos médicos aderem à convenção

Lídia Ferreira discorda dos números hoje publicados. E pede nova política em que os doentes não tenham de adiantar dinheiro ou sejam rapidamente reembolsados

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Foto Shuterstock

Lídia Ferreira acredita que a informação hoje publicada pelo DIÁRIO em relação à adesão de menos de metade dos médicos da Madeira à convenção estabelecida com a Secretaria Regional da Saúde não corresponde à realidade. A médica e presidente do Sindicato Independente dos Médicos diz que contactou com pessoas directamente envolvidas no processo e que nenhum dos médicos pediu para sair da convenção nesta revisão e que houve sim novos pedidos para aderir. Ainda segundo a médica, dos 1.085 médicos inscritos na Ordem na Madeira apenas cerca de 600 estão no activo. O trabalho que faz manchete na edição foi realizado com base no número de inscritos na Ordem dos Médicos e com a lista actualizada no passado dia 13 pelo Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE).

Convenção na Saúde convence menos de metade dos médicos

Notícia faz manchete na edição impressa de hoje do DIÁRIO

Ana Luísa Correia , 20 Janeiro 2021 - 07:00

A última revisão da Convenção tinha acontecido em 2004. Os critérios de inclusão permaneceram exactamente os mesmos e todos os médicos que estavam convencionados continuam convencionados, afirmou a médica. “O que tem havido, ao contrário do que diz a notícia e ao contrário daquilo que está é que tem havido novos pedidos de adesão.”

Excluídos de aderir à convenção estão os médicos de fora da Madeira, que acabam por trabalhar para a Região através de privados que lhes recorrem para consultas e exames. Esses não podem subscrever por não cumprirem os critérios, esclarece. Neste sentido, a convenção permite no entender de Lídia Ferreira que os médicos da Região fiquem mais protegidos.

Quanto a mudanças no documento agora revisto, há o alargamento a outros actos médicos, como já noticiado na altura. Nas consultas os doentes pagam os 55 euros no momento. Quanto aos outros actos médico-cirúrgicos, o paciente paga a totalidade, aguardando depois pelo reembolso por parte do Governo Regional. “As pessoas estão mais protegidas aqui, o madeirense e quem vive na Região, do que os do continente, ao abrigo desta nova convenção”, afirma a médica e sindicalista. Mas é preciso uma nova política de saúde regional, um novo sistema que facilite o acesso do doente aos cuidados através destas medidas que diz serem de valor. Reconhece que Região tem de ir aos poucos, dadas as circunstâncias actuais, mas que a política de saúde tem de ser revista. “Nós temos de ser realistas, apesar de haver estas ajudas aos doentes e às pessoas da Região que necessitem de recorrer aos cuidados de saúde, as pessoas muitas vezes têm que avançar o dinheiro e a verdade é que as pessoas não têm o dinheiro para avançar para depois aguardar o seu retorno, que muitas vezes tem atrasos”.

A sindicalista lembra que a convenção existe porque há um compromisso dos clínicos. “Os médicos compreendem que é fundamental haver aqui um dar de parte a parte”. Mas também é fundamental, diz, uma outra maneira de estar em que o trabalho médico “não esteja continuamente a ser taxado por baixo”. E aqui separa, não depende do Governo Regional, mas do Governo da República e da revisão da tabela salarial.

Os médicos, continua, acedem sempre e estão sempre prontos para compreender e tentar ajudar, nomeadamente a responder através do privado às deficiências que existem no público, no sentido de “não ter a capacidade de dar a resposta na altura certa”.

No seu entender, deveria haver mais informação, sobretudo relativamente às mudanças agora introduzidas, de forma a tornar a convenção mais clara e apelativa para os médicos, mas sobretudo para os doentes.

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