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Ana Gomes diz que lama "não salpica" a sua campanha

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A candidata presidencial Ana Gomes visitou hoje uma estação de tratamento de águas em Lisboa e recusou que a lama possa "salpicar" a sua campanha, mas recomendou as propriedades regeneradoras do alecrim para afastar "os maus cheiros".

A diplomata e antiga eurodeputada visitou, durante cerca de uma hora, a ETAR de Alcântara que serve os municípios de Amadora, Lisboa e Oeiras e uma população de cerca de 750.000 habitantes e, nas zonas de tratamento de esgotos, foi-lhe oferecido um ramo de alecrim para colocar junto ao nariz - à máscara, em tempos de pandemia - para disfarçar o odor desagradável.

No final da visita e questionada pelos jornalistas se a campanha presidencial precisava de passar por esta estação de tratamentos, a candidata respondeu: "Lama é coisa que não nos salpica".

"Não a minha campanha, desde logo procurámos que fosse uma campanha económica. Vamos publicar uma lista de todos os doadores", prometeu, recordando que ninguém pôde doar mais de cem euros à sua candidatura.

Ainda assim, a antiga dirigente do PS admitiu que "há lama que precisa de ser extraída onde deixa mácula".

"Mas como vivemos no tempo da economia circular o melhor é reaproveitá-la", acrescentou, com ironia.

Já sobre os benefícios do alecrim, a candidata recomendou "o poder regenerador da natureza", mas recusou entrar em outras guerras.

"Isto é uma campanha eleitoral, do meu lado, a sério para esclarecer os portugueses para que façam uma escolha informada, eu não entro em guerras de alecrim e manjerona, é uma campanha por uma democracia que saia mais forte, regenerada", disse.

Questionada se teme que esta reta final volte a ser marcada por insultos, Ana Gomes salientou que "não ofende quem quer" e aproveitou para condenar as ameaças a jornalistas feitas por apoiantes de outro candidato presidencial, André Ventura, que já disse demarcar-se dessas atitudes.

"Até a mim já me disseram que não era bem-vinda, onde é que já ouvi isto, em regimes sinistros", criticou Ana Gomes.

Também por esta razão a candidata reforçou ser "imprescindível" que quem o possa fazer vá votar no próximo domingo.

"Estas eleições são importantes e não dou para o peditório dos que a tentaram desvalorizar", salientou.

A antiga eurodeputada socialista alertou ainda para o perigo do aumento da abstenção, considerando que será mais do que "o fantasma" que sempre paira em todos os sufrágios.

"Infelizmente, não é um fantasma, é bem real. Há muitos portugueses confinados, outros podendo ir votar não vão sentir-se em segurança", alertou, reiterando a crítica de não se terem previsto atempadamente possibilidades como o voto eletrónico ou por correspondência.

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