Segurança Social já apoiou mais de dois milhões de pessoas
O primeiro-ministro, António Costa, revelou hoje que a Segurança Social já apoiou, nas diversas modalidades, mais de dois milhões de pessoas afetadas pela pandemia de covid-19.
"Desde o início desta crise, a Segurança Social já apoiou mais de dois milhões de 400 mil pessoas nas suas mais diversas modalidades", afirmou o primeiro-ministro no debate sobre política geral que decorre esta tarde na Assembleia da República.
No balanço, o chefe de Governo referiu igualmente que já foram apoiadas "mais de 21 mil pessoas chamadas trabalhadores informais".
António Costa salientou que "esta crise tornou bem patente que o grau de precariedade e de informalidade na economia deixa desprotegidos nos momentos mais críticos" os trabalhadores, admitindo que "uma das dificuldades" sentidas pelo Governo desde março foi encontrar uma solução que "respeite quem ao longo da sua vida contribuiu" e ao mesmo tempo "não deixe de amparar" quem se viu privado dos seus rendimentos.
O primeiro-ministro observou que "há casos gravíssimos", por exemplo, no setor na cultura, e indicou que procurar respostas é "um exercício muito grande de imaginação".
Costa destacou ainda que o Orçamento do Estado "colocou o mínimo do subsídio de desemprego ao nível do limiar da pobreza", e criou uma prestação social extraordinária "que procura responder a muitas e muitas dessas situações".
O primeiro-ministro respondia à coordenadora do BE, Catarina Martins, que levantou a questão do apoio extraordinário, lamentando que "os trabalhadores só se vão poder candidatar em fevereiro".
"Como é que trabalhadores dos setores mais afetados, que estão há 11 meses sem conseguir o seu rendimento, vão conseguir sobreviver em janeiro e fevereiro com um apoio que só é pago em março e só dura um mês?", questionou a bloquista.
Ainda no que toca a proteção social, o PS destacou que o Orçamento "é o chapéu das medidas essenciais que estão em curso, quer na proteção do emprego, dos rendimentos, no apoio à economia e às empresas", e criticou que "alguns chamaram a estas medidas distribuir tudo a todos", mas agora "têm-se esquecido de dizer que medidas deixavam cair, principalmente nesta altura".
Mais à frente no debate, o líder da bancada do PCP, João Oliveira, voltou ao tema da vacinação e apontou que "há outras vacinas" disponíveis além das que foram autorizadas pela União Europeia, querendo saber se Portugal admite adquiri-las.
Na resposta, António Costa recusou recorrer "em caso algum", a vacinas "que não estejam devidamente licenciadas pela Agência Europeia do Medicamento, mas lembrou que qualquer laboratório pode "submeter vacinas para licenciamento".
Ainda na resposta ao deputado comunista, que pediu um reforço dos profissionais responsáveis pelo rastreamento das cadeias de contágio, o primeiro-ministro realçou que existe neste momento cerca de "mil pessoas" dedicadas a este trabalho e disse ter "consciência da importância de acelerar o rastreamento".