"Eu também quero mais"
Governo garante que está a fazer o possível, que os apoios vão continuar e que espera que a medida nacional das rendas seja estendida à Madeira
“É com grande esforço, criatividade e inovação, porque a situação é difícil e complicada”, que o Governo Regional tem apoiado as empresas, afirmou o secretário regional da Economia, lembrando que a Madeira, ao contrário do continente não optou pelo confinamento mais severo e manteve as actividades económicas em funcionamento. Reagindo ao protesto promovida pela Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas que juntou sobretudo empresários da restauração ontem junto à Quinta Vigia, residência oficial do Governo Regional, disse que a manifestação correu bem, de forma ordeira. “Constatei que estavam mais jornalistas do que manifestantes”. O Executivo, garantiu Rui Barreto, continuará a apoiar as empresas.
Apesar dos constrangimentos à actividade, no entender do secretário, a situação é menos grave na Madeira do que no continente, que tem um confinamento praticamente total. “Na Madeira nós mantivemos as actividades económicas em funcionamento, apenas reduzimos o horário de funcionamento de uma hora durante a semana com recolher obrigatório”. Quanto aos apoios disponibilizados, esclarece que o Executivo vai apoiar num indexante de apoio social às empresas, em função dos números de trabalhadores. “Não é um IAS, é um IAS vezes o número de trabalhadores”, e que a par disso tem trabalhado para que a medida de apoio às rendas comerciais anunciada pelo Ministério da Economia em meados de Dezembro e cuja portaria nacional ainda não foi publicada, seja estendida às regiões autónomas.
“Estamos a fazer tudo o que nós é possível fazer com os meios que temos para apoiar, num permanente diálogo. Nós não nos refugiamos nos gabinetes, temos mantido todas as semanas contactos regulares com associações e com os empresários e com estes a desenhar apoios aos empresários. Agora nada, aqui ou em qualquer parte do mundo, vai colmatar a falta de clientes nos estabelecimentos. Isso é uma realidade inegável, insuportável e que em qualquer lado não há uma solução. Estamos a viver uma pandemia, estamos a viver situações de confinamento total”, recordou.
Segundo o responsável, os apoios devem ser directos e a fundo perdido e é isso que o Governo está a fazer, disse, sempre em diálogo com as associações representativas. E não é possível ir mais longe? “Eu também quero mais”, afirmou, em jeito de desabafo. “Nós estamos a aplicar as medidas com o Orçamento Regional. Nós não recebemos um cêntimo da União Europeia e veja o que foi a complicação para obter um empréstimo para a Região para conseguir pagar os sobrecustos de uma pandemia”.
Este ano a Economia viu o seu orçamento duplicar, precisamente para ir ao encontro das expectativas e necessidades da nova realidade. “Agora nada vai colmatar a falta de clientes”, garantiu.
Quanto à reivindicação para estar mais tempo em funcionamento, o secretário recorda que estamos a viver uma pandemia, com muitos novos casos diariamente. “Nós temos que inflectir a situação, porque existe o risco de ter um colapso, uma pressão enorme nos sistemas de saúde. E nós não queremos isso. Nós temos que reduzir, por isso temos que tomar medidas”.