Desmantelada rede de tráfico internacional de pessoas para prostituição na Venezuela
As autoridades desmantelaram uma rede que traficava pessoas desde a Venezuela para a vizinha Trinidad e Tobago com fins de prostituição e detiveram 11 pessoas, anunciou o procurador-geral venezuelano Tarek William Saab.
"Foi desmantelada uma rede de tráfico de pessoas com fins de exploração sexual que tem ramificações em (nos Estados venezuelanos de) Delta Amacuro, Lara e La Guaira", disse durante uma conferência de imprensa em Caracas.
Segundo Tarek William Saab "as investigações começaram após a denúncia de uma mãe cuja filha fugiu com outras adolescentes para ser levadas a Trinidad e Tobago para exercer a prostituição".
"A jovem chamou-a [à mãe] para a informar que já não queria ir mas que não a deixavam regressar", explicou.
O procurador-geral precisou que "através da análise de telefonia, foi possível localizar o sítio onde se encontravam as adolescentes, em Tucupita (720 quilómetros a sudeste de Caracas), onde foram resgatadas".
"Aí foram detidos oito integrantes da rede. Dando continuidade às investigações, foram detidos outros dois envolvidos em Lara (365 quilómetros a oeste da capital) e mais um indivíduo em La Guaira (30 quilómetros a norte de Caracas). Foram resgatadas 10 vítimas, três mulheres adultas e sete adolescentes", explicou.
Entre os detidos está um homem que coordenava a logística de captação e traslado de vítimas e as autoridades procuram duas mulheres que lideravam a organização, Grécia Verónica Jiménez Mendoza e Leomara Elena Pérez Vegas "líderes da rede, que se encontram em Trinidad e Tobago".
"Os detidos são acusados dos delitos de tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, com a agravante de se tratar de vítimas adolescentes, e associação para cometer delito", disse o procurador".
Segundo a imprensa venezuelana, as autoridades investigam também uma rede de militares, cantores e empresários, entre eles estrangeiros, que utilizariam jovens de 13 a 16 anos de idade para exploração sexual.
Esta rede estaria ativa no Estado venezuelano de Apure (430 quilómetros a sul de Caracas), fronteiriço com a Colômbia.
A investigação surgiu depois de uma avó, entrar acidentalmente na aplicação de Telegram, e ler as mensagens que a neta enviava quando lhe pedia o telefone emprestado.