Assim não vamos lá
As longas filas que todos pudemos ver nos locais de escrutínio para as presidenciais, são a prova provada que este país está a ser governado por responsáveis incompetentes. Sabendo quantos votantes se tinham inscrito para o acto, era fácil saber quantos locais e mesas de votos seriam necessários. Aproveitou-se o sentido de humor do Ministro Cabrita que considerou esta vergonha um êxito. Que pena foi não se ter investido no voto electrónico em lugar da App Stayaway COVID – 400.000 euros deitados ao lixo. Em lugar disso, vai ser bonito ver as urnas a saltarem de lar em lar.
Já antes, vínhamos assistindo às longas filas de ambulâncias à porta dos hospitais aguardando por uma cama vaga para deixarem os doentes transportados. Se estas imagens tivessem sido captadas através de drones, pela certa que nas traseiras destes estabelecimentos hospitalares também havia filas de carros fúnebres esperando a sua vez. A imagem seria macabra. As ambulâncias aguardando que os funerários lhe fizessem sinal.
No primeiro Domingo deste segundo confinamento geral, graças a uma lista de excepções onde era fácil adivinhar o resultado, magotes de parvalhões saíram à rua sem o mínimo respeito pelo próximo.
O êxito do primeiro confinamento em Março/Abril afinal foi um milagre.
É esta a imagem que estamos a dar ao mundo. Em números percentuais por milhão de habitantes, em primeiro lugar em infectados e em segundo em número de mortes. Eis os resultados previsíveis da balda do Natal. Tudo isto é muito mau para ser verdade.
É este o país que durante este semestre preside aos destinos da UE e que no próximo dia 24 de Janeiro continuará a fazer filas para eleger o Presidente da República. Para quê? Para que tudo fique na mesma ou ainda pior?
Assim não. Assim não vamos lá.
Jorge Morais