Von der Leyen condena detenção de opositor russo e exige libertação
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou hoje a detenção do opositor russo Alexei Navalny no domingo, aquando da sua chegada a Moscovo, exigindo a sua libertação imediata e "a sua segurança".
"Condeno a detenção de Alexei Navalny ontem [domingo] pelas autoridades russas aquando do seu regresso à Rússia. As autoridades russas devem libertá-lo imediatamente e garantir a sua segurança", apela a líder do executivo comunitário numa declaração hoje divulgada.
Vincando que a Comissão Europeia vai "acompanhar a situação de perto", Ursula von der Leyen sublinha que "a detenção de opositores políticos é contra os compromissos internacionais da Rússia".
"Continuamos também a esperar uma investigação exaustiva e independente sobre o ataque à vida de Alexei Navalny", adianta a responsável, um dia depois de o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e de o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também terem exigido a libertação imediata do opositor russo.
Os serviços prisionais russos (FSIN) detiveram no domingo o opositor russo Alexei Navalny à chegada a Moscovo, acusando-o de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014.
Num comunicado, o FSIN informou que Alexei Navalny, que regressou no domingo à Rússia após vários meses em convalescença na Alemanha após um alegado envenenamento com um agente neurotóxico, "permanecerá detido até à decisão do tribunal" sobre o seu caso, sem especificar uma data.
Principal figura da oposição ao Kremlin (Presidência russa), Navalny foi interpelado pela polícia à chegada ao aeroporto Cheremetievo de Moscovo, quando ia passar pelo controlo de passaportes.
Os serviços prisionais russos precisaram que Navalny, de 44 anos, "figura numa lista de pessoas procuradas desde 29 de dezembro de 2020 por múltiplas violações do seu período probatório".
Inicialmente, o avião que transportava Navalny ia aterrar no aeroporto Vnoukovo de Moscovo, onde era aguardado por dezenas de apoiantes, que estavam a ser vigiados por unidades policiais anti-motim.
Porém, os planos foram alterados e o aparelho acabou por aterrar no aeroporto Cheremetievo, igualmente na capital russa.
O líder da oposição regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
A ordem de detenção concretizada no domingo foi avançada pelo Serviço Federal de Prisões da Rússia, que solicitou à justiça russa a ida de Alexei Navalny para a prisão para cumprir uma pena suspensa de 3,5 anos a que foi condenado em 2014, um juízo considerado "arbitrário" em 2017 pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Em 20 de agosto de 2020, Navalny sentiu-se mal e desmaiou durante um voo doméstico na Rússia, e foi transportado dois dias depois em coma para a Alemanha para ser tratado.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas demonstraram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.
As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento.