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Advogados impedidos de contactarem com Alexei Navalny em Moscovo

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Foto EPA

Os apoiantes de Alexei Navalny, preso no domingo em Moscovo, disseram hoje que as autoridades estão a impedir os advogados de contactar com o dirigente da oposição russa.

"Ele [Alexei Navalny] foi detido ilegalmente, eles não deixam que os advogados o vejam", denunciou hoje o Fundo de Luta Contra a Corrupção, organização liderada pelo dirigente oposicionista.

Alexei Navalny regressou de livre vontade à Rússia no domingo após cinco meses de convalescença na Alemanha onde esteve internado na sequência de envenenamento com um agente nervoso do tipo Novitchok em agosto, na Sibéria.

A detenção do dirigente da oposição ao regime de Vladimir Putin está a intensificar as tensões políticas entre Moscovo e o Ocidente.

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, disse que a detenção de Alexei Navalny "é completamente incompreensível"

"A Rússia está limitada pela própria Constituição e pelos compromissos internacionais devendo respeitar o Estado de Direito e a proteção dos Direitos Civis", disse Maas.

"Estes princípios devem também ser aplicados a Alexei Navalny que deve ser libertado de imediato", acrescentou.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse através de uma mensagem no Twitter que a detenção "é inaceitável" e apelou à libertação imediata de Navalny.

A mesma posição foi demonstrada pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros e pela diplomacia da Polónia.

"Expresso toda a solidariedade para com todos os russos que partilham dos mesmos ideais do líder da oposição detido", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Zbigniew Rau.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, através do conselheiro para a Segurança Nacional, pediu às autoridades russas a libertação do oposicionista.

"Navalny deve ser libertado de imediato e os autores do ataque de que foi vítima (em agosto) devem ser responsabilizados", disse Jake Sullivan através das redes sociais.

O secretário de Estados norte-americano, cessante, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos "condenam fortemente" a detenção considerada "a última tentativa de silenciar Navalny e outras figuras da oposição e outras vozes críticas" da Rússia.

O governo britânico expressou igualmente "profunda preocupação" pela detenção do dirigente da oposição russa Alexei Navalny e defendeu uma investigação sobre o caso de envenenamento.

"Estamos profundamente preocupados pela detenção de Alexei Navalny no dia 17 de janeiro. Em vez de processar a vítima deste terrível crime, as autoridades russas deveriam investigar como uma arma química foi utilizada em território russo", assinala um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.

Os trabalhistas britânicos na oposição também tomaram posição contra Moscovo.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse hoje que as reações "ocidentais" sobre a prisão de Navalny refletem "uma ação de diversão para disfarçar a crise dos modelos de desenvolvimento do Ocidente".

A prisão de Navalny era esperada após os serviços prisionais russoas terem comunicado que o líder da oposição tinha violado a liberdade condicional a que estava sujeito após ter sido julgado por fraude em 2014.

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