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Estamos em guerra

Dois mil e vinte e um chegou e, com ele, vieram todas as temáticas por resolver em 2020. O ano que terminou foi um dos mais difíceis das últimas décadas e o ano que agora se iniciou não aparenta ser muito melhor.

A evolução da situação pandémica acentuou-se tendo sido necessário adotar novas medidas. Assegurar a Saúde Pública conseguindo, sempre que possível, o equilíbrio da atividade económica e a adequação das condições sociais parece uma divina trindade obrigatória para os primeiros tempos de 2021.

No âmbito de um contínuo combate à pandemia, afigura-se essencial compreender que não há tempo para discutir futilidades. A situação inspira cuidados, tanto do ponto de vista sanitário como do ponto de vista económico. Governar exige atenção, perspicácia e rapidez. Não se suspendeu a Democracia, mas não há tempo para feiras de vaidades, massagens do ego de quem quer, através desta situação pandémica, sobreviver a uma queda no palco mediático. Repito! Não quero dizer que este não seja um tempo para escrutínio de outras opções políticas. De propor outras medidas e rebater a eficácia das atuais, quando estas não pareçam as mais eficazes. Agora, aquilo que não se deve verificar é uma ocupação do espaço mediático só porque sim. Em que se enchem inúmeras páginas de jornais com vacuidades e lugares comuns que não trazem nada de novo. Em que se confunde a população. Em que se instiga o medo e o descrédito de quem decide. Isso é um mau serviço à Democracia, à Madeira e à Autonomia.

A pandemia mudou a forma como vemos o Mundo. Espero que, de forma transversal, este tempo de dificuldades nos permita centrar na tolerância, disponibilidade e Esperança. Que neste tempo sejam liquidados os dogmas, preconceitos e cegueiras ideológicas. Precisamos de estar todos mobilizados, todos somos agentes de mudança.

Que a cegueira ideológica não ceife vidas, cuidados, meios e respostas àqueles que mais precisam e precisarem deles. A situação vivida na noite da última sexta-feira à porta do Hospital de Torres Vedras, deve fazer-nos refletir.

Nas próximas semanas decidiremos muito da nossa vida coletiva. Não porque existam eleições, mas sim porque Estamos em Guerra. Se Portugal já caminhava para ser um dos países mais pobres da Europa, a situação atual não fará que o caminho seja diferente. E a pobreza abre Esperança a todos os que através dela querem implementar uma ditadura.

Todos temos, na medida das nossas possibilidades, o dever de ajudar o próximo. Por muitas respostas que se tenham pensado e executado, não se recuperarão todos os negócios. As vítimas de todas essas perdas serão pessoas cujas vidas ficarão indelevelmente marcadas por tudo o que estamos a viver. Quer pelas perdas materiais, quer pelas vidas que se possam vir a perder. Mas é possível ultrapassarmos isto: com solidariedade, proximidade e respeito connosco e com os próximos.

Estamos em Guerra! A quem Governa tenacidade, dureza e clarividência. A quem os fiscaliza humildade, assertividade e oportunidade na intervenção. Aos mais jovens a força e coragem para que das fraquezas se façam forças e construam um novo começo, menos penoso para si e para as futuras gerações. Aos profissionais de saúde um agradecimento e um apelo: que não desistam.

Precisamos de todos para ultrapassar esta Guerra. Para cimentar novas oportunidades e começos. Para manter a Liberdade, precisamos de si! Nunca o apelo foi tão importante como agora.

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