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Confinamento v2

As minhas perspetivas para o turismo na Madeira estão adiadas.Numa primeira fase acreditei no começo da retoma na Pascoa/Festa da Flor, mas analisando o calendário e a realidade vou ter de empurrar esta minha esperança para o verão, se, entretanto, tudo o resto correr bem.

Acho que podemos, como espectativa, apontar para 2022 como um ano normal, muito embora a retoma não se vá fazer instantaneamente, e vá demorar até que se recuperem os números de anos anteriores.

Defendo aliás que devemos olhar para esta interrupção como uma oportunidade de pensar se é mesmo este modelo que queremos. Na minha opinião, não deveria ser. O modelo presente foi sendo construído um pouco na onda de um outro sector, a quem interessava construir, e aumentar desmesuradamente o parque hoteleiro regional.

Disto decorreu, necessariamente, uma política de preços baixos que nos manteve, durante décadas, nas mãos dos grandes operadores.

Acho que devemos olhar para a pandemia como uma oportunidade de reformular o modelo, fechando uma série de unidades, que eventualmente podem ser reconvertidas para outras funções – assim de repente lembro-me de lares de terceira idade, eventualmente para estrangeiros, transformando a Madeira numa espécie de Florida da Europa.

O fecho de várias unidades permitir-nos-ia reduzir a pressão de satisfazer o excesso de oferta e procurar uma clientela mais afluente, com outra capacidade financeira. Esta clientela terá necessariamente outras exigências em termos de qualidade da oferta, a todos os níveis, o que permitirá aumentar quer os níveis de emprego (com mais trabalhadores por cliente), quer de formação desse emprego (com os consequentes ganhos em termos de massa salarial).

Esta é a minha visão. Menos turistas a pagar mais. Menos cruzeiros, e um posicionamento num mercado mais exigente – mas mais compensador. E mais emprego, mais qualificado e mais bem pago.

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