Madeira

De património histórico tornado jardim público há 17 anos

Numa quarta-feira, o 15 de Janeiro de 2003, o actual Jardim de Santa Luzia mereceu destaque com uma proposta que não chegou a ir em frente

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Num longo historial que remonta aos tempos do 'ouro branco', o açúcar, a antiga Fábrica do Torreão, então em degradação, fazia uma das várias capas do DIÁRIO nos tempos que se seguiram, esta feita porque se defendia uma candidatura do edifício a Património da Humanidade pela UNESCO. Mas os planos da Câmara Municipal do Funchal, enão liderada por Miguel Albuquerque, optou por entregar o projecto ao Governo Regional, liderado por Alberto João Jardim, que tinha mais poder para levar em frente a construção de um jardim no 'coração' da cidade.

Esta era a manchete. "Jardim evita Assembleia", acrescentando-se que "Líder madeirense recusou ir a São Bento sugerir reformas para o sistema político", apesar de ter sido convidado por Leonor Beleza", presidente de uma comissão parlamentar que ouviu figuras como Mário Soares, Ramalho Eanes, Freitas do Amaral, Marcelo Rebelo de Sousa ou Carlos César, Alberto João Jardim "evitou pactuar com o regime".

Apesar da manchete ser outra, o projecto do jardim começava a dar que falar e foi a foto principal da edição 41.049 do seu DIÁRIO.

A explicar a foto, um título "Hinton pode ser candidato a Património da Humanidade", um postítulo que dizia que a "Fachada do engenho teria que ser preservada" e ainda um curto texto: "A história da indústria açucareira na Madeira, para a qual em muito contribuiu o Engenho do Hinton, tem peso suficiente para uma candidatura a Património da Humanidade. Essa é a opinião do representante nacional do Comité Internacional para a Conservação do Património Industrial."

Como se pode ver pelas fotos, nada disso iria acontecer. Entre a publicação desta notícia e a inauguração do jardim passaram-se pouco mais de 20 meses.

Além da torre que ainda marca a paisagem da cidade do Funchal, de alguns elementos da maquinaria que foram preservados para uma espécie de museu a céu aberto e um ou outro pormenor, tudo o resto foi deitado ao chão e reduzido a pó, no que viria a se tornar num dos maiores parques urbanos da capital e dos mais recentes a ser construído, já lá vão 18 anos desta notícia.

Veja aqui o trabalho que realçamos desta edição e a manchete, que também era tema interessante para relembrar do nosso arquivo histórico.

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