Lição de democracia
A democracia não se esgota em presidentes, governos ou partidos e nada tem a ver com os arruaceiros por mais violentos que sejam que não a respeitam, mesmo que sejam milhares e com um presidente que acabou provando nunca ter merecido tal cargo! O que se passou recentemente nos EUA mostrou-nos que o essencial da preservação da democracia reside no povo e na sua vontade de mantê-la viva ao participar e votar em massa nas eleições, bem como nos diversos órgãos democráticos a quem compete fiscalizar, verificar e ratificar os resultados eleitorais, com competência e honestidade sem se deixarem influenciar pelas pressões políticas venham elas de onde vierem. A abstenção é uma traição à democracia e um fortíssimo contributo para emergirem forças políticas cujo objetivo maior é usar o regime democrático para instaurar regimes ditatoriais que suprimem as liberdades, a troco de promessas de tudo resolver com velhas soluções de autoritarismo e radicalismo cujos resultados sempre que as mesmas foram implementadas estão de há muito comprovados em perseguições, miséria, morte e destruição! A democracia é apesar das suas insuficiências que resultam das nossas próprias limitações como seres humanos o único regime político que nos permite exprimir livremente as nossas ideias, escolher livremente quem nos governa e está acima de toda e qualquer ideologia partidária ou credo religioso. Políticos, partidos, todos nós só merecemos a democracia se formos capazes de aceitar com nobreza democrática, “vencedores” e “vencidos”, os resultados eleitorais após uma eleição reconhecida como livre democrática e legal pelos órgãos democráticos do Estado a quem compete esse reconhecimento. Numa eleição democrática a única vencedora só pode ser a democracia, com o povo a mandatar uns para governar outros para fiscalizar a governação e o direito de todos a expressar a sua opinião livre e democrática de apoio ou crítica a essa governação. Dos EUA veio uma lição de democracia.
Leitor identificado