Eleições Presidenciais Madeira

JPP pede adiamento das presidenciais em carta aberta aos partidos políticos

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Numa carta aberta aos partidos políticos, o Juntos Pelo Povo (JPP) apelou hoje ao adiamento das eleições para a Presidência da República, agendadas para o próximo dia 24 de Janeiro.

"Este nosso posicionamento já foi comunicado ao Presidente da República, Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, e tem por base o verdadeiro momento de excepção que estamos a viver e o respeito por todas as pessoas atingidas por esta pandemia", pode ler-se no documento assinado por Filipe Sousa tornado hoje público.

"Não nos parece ético que, por razões meramente políticas, se passe por cima das dificuldades de saúde, sociais e económicas que estão a atingir milhões de portugueses. Portugueses aos quais se pede confinamento e recolher obrigatório, mas depois apela-se às pessoas que ocupem as assembleias de voto e vão às urnas como se não estivéssemos em estado de emergência, e como se os números da pandemia não estivessem em níveis absolutamente alarmantes".

O presidente do JPP argumenta que "se os partidos políticos têm passado por cima de tantas liberdades e garantias constitucionais, com o objectivo maior de proteger o bem maior que é a vida", não é "razoável" que "não se tenha a mesma atitude face a umas eleições que se vão realizar no pior momento da nossa história democrática recente".

"A política tem, neste momento, a oportunidade de mostrar ao país que a sua acção é orientada por elevados padrões de defesa do interesse comum, e não rasteiros interesses partidários, mesmo numa eleição que todos reclamam ser apartidária".

Por outro lado, Filipe Sousa salienta que, "por receios de contágio", tem sido difícil recrutar pessoas para ocupar as mesas de voto. Motivo este que diz considerar "legítimo".

Coloca ainda a seguinte questão:

"Como explicar que se proíbe filhos e filhas de visitaram pai e mãe nos lares e depois permite-se que um presidente de Câmara entre nesses mesmos lares para garantir o voto a quem não vê a família há meses".

Neste sentido, reitera o apelo para a adiar as eleições, que não têm, neste momento, "condições para se realizarem com a normalidade, a segurança e a calma" que o acto eleitoral exige.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de Janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de Janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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