Embaixadora dos EUA na ONU elogia forma como Taiwan lidou com pandemia
A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas elogiou hoje a forma como Taiwan lidou com a pandemia de covid-19 e criticou a posição da China de impedir a ilha de fazer parte de organizações internacionais.
A posição foi declarada durante uma conversa virtual realizada hoje com a Presidente Tsai Ing-wen, depois de a sua visita à ilha ter sido cancelada, a poucos dias antes do fim do mandato de Donald Trump.
"Infelizmente, Taiwan não pode partilhar o seu sucesso nos fóruns da ONU, incluindo na Assembleia Mundial da Saúde, porque a RPC [República Popular da China] o impede", escreveu Kelly Craft na rede social Twitter.
Taiwan, que tomou a decisão de fechar as fronteiras e colocar em prática um regime de quarentena muito rígido assim que foram conhecidos os primeiros casos da infeção, contabiliza, até agora, menos de 850 casos de covid-19 e sete mortes.
No ano passado, a ilha registou 253 dias sem qualquer transmissão local do coronavírus.
"Se a pandemia nos ensinou alguma coisa é que mais informação e transparência fazem parte da resposta", sublinhou a embaixadora.
As suas declarações foram feitas no dia em que uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável por investigar a origem do coronavírus, chegou a Wuhan, na China, região que é considerada o berço da pandemia.
As viagens de Craft a Taiwan e do secretário de Estado Mike Pompeo à Europa foram canceladas uma semana antes da cerimónia de tomada posse do novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Em comunicado divulgado após a reunião, Tsai disse lamentar que Craft não tenha podido visitar Taiwan e descreveu Taiwan como uma "força do bem" que merece ter lugar na cena internacional.
Taiwan foi excluída da OMS em 1972, mas foi convidada para a Assembleia Mundial da Saúde (AMS) como observadora entre 2009 e 2019.
No entanto, desde que a Presidente Tsai, que pertence a um partido tradicionalmente hostil a Pequim, assumiu o poder, em 2016, a China intensificou a pressão militar e diplomática na ilha.
Taiwan, que tem 23 milhões de habitantes, vive sob constante ameaça da China, que considera este território uma província rebelde que deve respeitar o sistema, se necessário pela força.