Guatemala decreta estado de prevenção devido a caravana de migrantes
O Governo da Guatemala decreta a partir de hoje estado de prevenção em sete departamentos do país, face à chegada anunciada de uma caravana de migrantes hondurenhos que tentam chegar aos Estados Unidos.
O gabinete de comunicação do Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, informou que o decreto deverá ser publicado hoje no diário oficial.
A decisão faz parte das "ações de prevenção e segurança" contempladas pelo Governo de Giammattei face à "iminente intenção de grupos de pessoas se deslocarem pelo território", disse a mesma fonte.
Os sete departamentos afetados são Izabal, Zacapa, Chiquimula, Jutiapa, El Progreso, Santa Rosa e Petén.
Cerca de 200 pessoas iniciaram na noite de quarta-feira uma marcha em direção ao posto aduaneiro de Corinto, que faz fronteira com a Guatemala, antecipando-se a uma caravana que deverá partir na sexta-feira daquele local, numa tentativa de chegar aos Estados Unidos para escapar à pobreza e violência no país centro-americano.
Os migrantes, que incluem homens, mulheres e crianças, partiram a pé de San Pedro Sula, a segunda maior cidade das Honduras, 180 quilómetros a norte de Tegucigalpa, capital do país.
Ariel Villega, de 35 anos, da cidade de Ocotepeque, foi um dos que iniciaram a viagem.
O hondurenho, que viaja com a mulher e o filho de 10 anos, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que o plano era chegar à fronteira de Corinto e aguardar a chegada de outros migrantes.
"Temos tudo, o passaporte e o teste de covid", disse Villega, explicando que decidiu partir por não encontrar trabalho nas Honduras. "Primeiro a pandemia e depois os dois furacões deixaram-nos em crise", contou.
Há várias semanas que se multiplicam mensagens nas redes sociais a promover a primeira caravana de migrantes hondurenhos do ano, com partida agendada para 15 de janeiro.
Os migrantes esperam conseguir chegar aos Estados Unidos, apesar de as autoridades norte-americanas, e também as da Guatemala e México, terem avisado que não permitirão a entrada de pessoas em situação irregular ou indocumentadas, alegando riscos de contágio, por causa da pandemia.
Segundo a AP, cerca de dois mil agentes da polícia e soldados do exército da Guatemala estarão a patrulhar a fronteira com as Honduras.
A falta de emprego, insegurança e violência são as razões pelas quais muitos hondurenhos migram todos os dias para outros locais, de acordo com organizações de direitos humanos.