Afinal não “está tudo controlado”
O presidente do Governo Regional está um pouco confuso das ideias, uma hora “está tudo controlado”, na outra já é necessário tomar medidas mais restritivas para travar a propagação da covid-19 na Madeira.
O pior é que esta certa “confusão” já dura há vários meses, nas mais diferentes áreas.
Na passada segunda-feira, Miguel Albuquerque anunciou medidas restritivas de recolher obrigatório e encerramento de escolas, no mesmo dia em que o próprio secretário regional de Saúde insistiu no típico discurso de que “está tudo controlado” e que “não existe transmissão comunitária na Madeira”, algo que já ninguém acredita. Até o presidente do IASAUDE já nem sabe como seguir o discurso dos seus superiores, e lá de vez em quando foge a boca para a verdade.
Mas, há mais exemplos, vejamos: num dia todos na escola serão testados, no outro os alunos já não serão testados. Será que os alunos são imunes ao vírus?
Outra, Miguel Albuquerque disse que “as escolas são o lugar mais seguro”, alguns dias depois, encerra as escolas.
E não podemos esquecer da campanha política adjacente a cada área, sim, porque a covid parece ser um bom pretexto para alguma campanha política. Vejamos os exemplos: o secretário regional da Saúde destaca a importância de tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar vidas, já o vice-presidente referiu que o importante é a economia.
E para aqueles que vão defender o governo, deixo um exemplo muito claro da preocupação do mesmo, ou seja, fazer campanha. Em março, na primeira vaga, com poucos ou nenhum caso por dia, tínhamos uma conferência de imprensa diária, com direito a perguntas dos jornalistas, onde os governantes se auto elogiavam e apontavam o dedo para Lisboa. Agora, que as coisas estão descontroladas, com dezenas de casos por dia, não há conferências de imprensa e quando há anúncio de novas medidas nem há direito às questões dos jornalistas. Ah pois, já não são os melhores, já não rendem votos…
Afinal não é o interesse do povo que está em primeiro lugar. Os nossos governantes estão apenas interessados em garantir os seus tachinhos. Ou seja, o mesmo do costume.
Joana Pereira