Quem não sente, não é filho de boa gente
Nos Açores, o Partido Socialista de Vasco Cordeiro, que teve a responsabilidade de responder à pandemia e aproveitando o aumento de casos no mês de dezembro, embalou na política desonesta e acusou o novo governo de desnorte.
Na Madeira, o Partido Socialista de Paulo Cafôfo passou o último ano à procura de um motivo, um qualquer resvalar dos números, para apontar o dedo acusatório ao Governo. No mês de dezembro soltaram as amarras e lá desataram a falar de ‘’medidas avulsas e tardias’’.
Se alargarmos o âmbito geográfico, o que dizer dos números nacionais de dezembro? Medidas avulsas e tardias?
Em muitas famílias, o período de festividades e sobretudo o regresso de entes queridos refrearam cuidados (infelizmente). E isto pesa sobre os números. Seja nos Açores, na Madeira ou no Continente.
Com justiça e seriedade, longe daquela desonestidade que alimenta o oportunismo político, a verdade é que as medidas estabelecidas para as festividades estavam lá, assim como os repetidos apelos dos governos e dos governantes – nos Açores, na Madeira e no Continente – durante as semanas que antecederam o Natal e o Fim-do-Ano.
Que 2021 renove a responsabilidade individual, reforçando o sentido coletivo contra uma luta que não terminou. Pediria ainda, sem grande esperança, alguma retidão e seriedade intelectual – o que se traduziria, em primeiro lugar, numa forma de respeito próprio – aos políticos vencidos pelo oportunismo. Bom Ano 2021!
Sónia Queiroz