Trump entende que não corre risco de destituição com a 25.ª emenda
A 25.ª Emenda tem risco zero para mim. Mas [se os democratas a invocarem], ela vai regressar para assombrar Joe Biden e o seu governo", adiantou ontem Donald Trump.
Donald Trump afirmou hoje que não há "qualquer risco" de ser demitido das suas funções de presidente com base na 25.ª Emenda da Constituição dos EUA.
Esta Emenda permite que o vice-presidente, com o apoio dos ministros, declare o presidente inapto para as funções inerentes.
A afirmação de Trump foi feita em Álamo, no Estado do Texas, onde também apelou ao "respeito pela lei" e disse que tinha chegado para os EUA "o tempo do apaziguamento, o tempo da paz e da calma".
Na linha fronteiriça com o México, Trump elogiou o seu desempenho quanto a um dos pilares da sua presidência, a saber, a sua campanha contra a imigração ilegal, incluindo a construção de um muro na fronteira.
Hoje foi a primeira vez que Trump apareceu em público desde que um violento grupo dos seus apoiantes cercaram a invadiram o Capitólio, em Washington, no que foi uma tentativa frustrada de suspender a transição pacífica de poder.
Ao comentar a possibilidade de os democratas apelarem ao seu vice-presidente Mike Pence, para que este avance com a sua destituição, através da 25.ª Emenda, Trump disse: "Tenham cuidado com o que desejam".
Mas independentemente do que os democratas aprovarem no Congresso, não se espera que Pence avance com este processo.
Durante a sua deslocação a Álamo, Trump afirmou: "A 25.ª Emenda tem risco zero para mim. Mas [se os democratas a invocarem], ela vai regressar para assombrar Joe Biden e o seu governo", acrescentando: "Como diz o ditado, tem cuidado com o que desejas".
Depois de votar uma resolução, a Câmara dos Representantes vai avançar com legislação com vista à destituição ('impeachment') de Trump.
Este considerou que o esforço está a causar "tremenda fúria, divisão e dor, muita mais do que a maior parte das pessoas alguma vez compreenderá, o que é muito perigoso para os EUA, especialmente nestes tempos muito tensos".
Trump comentou ainda a violência no Capitólio, ocorrida na semana passada, dizendo: "Acreditamos na lei, não em violência e tumultos".
Trump rejeitou qualquer responsabilidade no ocorrido, apesar dos comentários que fez a encorajar os seus apoiantes para marcharem para o Capitólio e a elogiá-los, enquanto o ataque decorria.
A visita de Trump a Álamo é feita nos dias finais da sua presidência, em que aparece isolado, se apresenta como lesado e a desvalorizar a perspetiva de um segundo processo de destituição.