Coronavírus Madeira

Emanuel Câmara critica “medidas extremamente tardias” e “critérios atabalhoados”

Autarca do Porto Moniz acusa Governo Regional de só reagir à pandemia em vez de prevenir

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Para o presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz as medidas ontem implementadas pelo Governo Regional da Madeira no combate à pandemia provocada pela Covid-19 “ainda que necessárias, estas medidas revelaram-se extremamente tardias”, começa por ressalvar.

Na opinião de Emanuel Câmara “não se podem culpar os excessos da ‘Festa’ e do Fim-do-Ano, que só existiram por permissão e inacção do Governo Regional do PSD que governa esta terra, quando já atravessávamos, por essa altura, uma fase crítica do ponto de vista da Saúde Pública”, considera.

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Miguel Albuquerque anunciou um conjunto de novas regras para a Região, que entram em vigor à meia-noite desta quarta-feira, dia 13 de Janeiro

Rúben Santos , 11 Janeiro 2021 - 17:10

O autarca socialista lembra que “Miguel Albuquerque é o Presidente do Governo Regional da Madeira, e tanto ele como os restantes membros do seu Governo, representam, em todas as instâncias, todo e qualquer cidadão desta terra, pelo que não posso aceitar que se responsabilize os madeirenses pelo descontrolo a que chegou o combate à pandemia na Região.”

Ao ataque, defende que “é necessário, mais do que nunca, que este Governo seja um exemplo. Não se pode pedir à população que não junte a família, para um almoço de Natal, e depois se juntem 10 ou 15 políticos numa mesa para ‘cumprir uma tradição’. Não se pode pedir à população que veja o fogo-de-artifício em quadradinhos, quando se permite uma festa, ‘ao monte’ e em directo, num canal da televisão pública, no terraço de uma unidade hoteleira”, aponta.

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Embora fossem mais de uma dezena, cumpriam com as regras, assegurou o Presidente

Marco Livramento , 23 Dezembro 2020 - 12:48

Emanuel Câmara diz ainda que “quando se tentou fazer parecer que o agravamento do número de infectados residia no regresso à Região dos estudantes universitários e dos emigrantes, por altura da quadra natalícia, não se pode vir agora dizer de manhã que se vai testar toda a comunidade escolar, incluindo os alunos, e à tarde dizer-se que os alunos afinal ficarão fora desta testagem. Não se podem testar todos os professores para dois dias depois os mandarmos para casa confinar. Não se pode dizer de manhã que as escolas manter-se-ão abertas, pois têm todas as medidas necessárias para o combate à pandemia e os alunos ficam ali mais seguros, para depois, à tarde, se mandar todos os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário para casa até ao fim de Janeiro”, critica.

O presidente socialista denuncia ainda que “num critério ‘atabalhoado’, vacinam-se alguns técnicos de saúde, em alguns concelhos, quando em outros, como é o caso do Porto Moniz, estes técnicos não vislumbravam no horizonte, sequer, uma data prevista para a sua vacinação, vacinação essa que só ocorreu após o meu apelo enquanto autarca”, assegura.

“Estas atitudes do Governo Regional da Madeira, mais do que como político, preocupam-me como cidadão, pois nestas atitudes se denotam as fragilidades de um Governo que age sem planeamento, que não tem uma estratégia definida, que não procura seguir uma linha orientadora e que tem pautado o combate à pandemia pela reacção e não pela prevenção.

Continuamos a perder tempo precioso, o mesmo tempo que o Governo Regional perdeu a atacar a República. Enquanto os governantes regionais se ‘gabavam’ de que éramos um exemplo, a situação pandémica agravou-se, ganhou terreno e neste momento assiste-se a uma clara tentativa de correr atrás do prejuízo”, atira.

No ‘rol’ daquilo que classifica de medidas avulsas, Emanuel Câmara aproveita para desde já alertar a Quinta Vigia que importa fazer mais ajuste, uma vez que o horário de confinamento decretado para o dia das eleições Presidenciais colide com o funcionamento das urnas de voto.

“A título de exemplo, já se pensou no dia da eleição para a Presidência da República? É que as urnas, por norma, encerram às 19h00 e todos os madeirenses devem recolher às 18h00. Ontem, o Sr. Presidente do Governo Regional, quando anunciou novas medidas, que vão vigorar pelo menos até ao dia 31 de Janeiro, mostrou que ainda não tinha pensado nisto, antevendo-se por isso, mais dia menos dia, novo leque de medidas avulsas”, concretiza.

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