“Caiu a máscara à Ordem dos Arquitectos”, acusa Miguel Silva Gouveia
Depois de a Secção Regional da Madeira da Ordem dos Arquitectos ter remetido para a Câmara Municipal do Funchal o parecer sobre a apreciação do projecto da construção de uma piscina na cobertura do Pestana Park Hotel e de ter divulgado publicamente a sua posição sobre o assunto, considerando que o pedido “extravasa os fins, as atribuições e as competências da Ordem”, Miguel Silva Gouveia, reage à Ordem dos Arquitectos.
Ordem dos Arquitectos remete para CMF projecto sobre o Hotel Pestana Casino
Em causa está um parecer pedido à Ordem pela CMF sobre a construção de uma piscina na cobertura do Pestana Casino Park Hotel
O presidente da Autarquia do Funchal diz que “equidade e transparência nunca carecem de confinamento” e recorda que esta mesma Ordem lamentou, em carta aberta dirigida a si, “o prejuízo para a cidade de uma mal estudada e negligente reabilitação em curso por parte de um promotor”, tendo “apelado à intervenção da CMF para a sua fiscalização, algo que foi prontamente efectuado” e manifestando “disponibilidade para contribuir activamente na elaboração de um inventário com os aspectos arquitectónicos a salvaguardar e valorizar na cidade, em estreita colaboração com o município para evitar que, no futuro, a cidade fique sujeita à "perda de valor identitário, arquitectónico e cultural”.
Por esta razão, explica Miguel Silva Gouveia, a Autarquia “solicitou à SRMOA uma apreciação sobre os impactos das obras” que havia sido embargada em Agosto passado pela CMF, para assegurar que, tal como refere o PDM, “as mesmas não diminuem nem prejudicam o interesse arquitetónico e o valor histórico-cultural do imóvel ou do conjunto edificado onde o imóvel se integrado".
A resposta da Ordem dos Arquitectos, tornada pública este domingo, não caiu bem ao presidente da CMF. “Ao recusar (publicamente) pronunciar-se sobre algo que em Dezembro afirmavam ser uma obrigação estatutária, fica provado (também publicamente) que, para os visados, a propalada defesa do património arquitectónico que mereceu indignação pública, dependerá da identidade do promotor da obra ou, pior, de outro factor menos claro”, responde Miguel Silva Gouveia, deixando um “abraço a todos os arquitectos que não se revêm em fretes políticos”.