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Zimbabué restringe funerais e proíbe transporte de cadáveres entre cidades

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O Zimbabué proibiu os familiares de parentes mortos de transportarem os corpos entre cidades, entre outras novas medidas para impedir os rituais funerários tradicionais, que se acredita estarem a aumentar a propagação de covid-19 no país.

A decisão põe fim ao costume das famílias de levarem os corpos de entes queridos mortos para as suas áreas de nascimento, onde são realizadas cerimónias e enterro. A polícia também proibiu a exibição pública dos corpos e a tradição de o cadáver passar uma noite na casa da família antes do enterro.

"A polícia apenas autorizará que os corpos sejam deslocados para enterro diretamente das funerárias ou mortuárias hospitalares para o local do enterro", explicou hoje o porta-voz da polícia Paul Nyathi, em declarações ao jornal estatal Herald.

O Zimbabué, tal como muitos outros países africanos, registou inicialmente números baixos de covid-19, mas sofreu recentemente um pico de novos casos de contágio pelo novo coronavírus, que causa a doença.

Há, por outro lado, receios de que uma nova variante mais infecciosa do vírus SARS-CoV-2 tenha entrado no país a partir da vizinha África do Sul, onde residem dezenas de milhares de zimbabueanos que regressaram a casa para a época festiva.

"A estirpe foi importada pelo Zimbabué, mas estamos no processo de sequenciação genética para confirmar isso", disse a diretora de epidemiologia e controlo da doença do Ministério zimbabueano da Saúde, Portia Manangazira, citada pela agência Associated Press.

A África do Sul está empenhada na luta contra um ressurgimento da doença, que está rapidamente a sobrecarregar os hospitais do país, de acordo com as autoridades de saúde sul-africanas.

O Zimbabué registou 21.477 casos e 507 mortes em 10 de janeiro, contra pouco mais de 10.000 casos e 277 mortes no início de dezembro, de acordo com números governamentais.

A média diária no país de novos casos em sete dias registou um aumento dramático nas últimas duas semanas, de 0,72 novos casos por 100.000 pessoas em 27 de Dezembro para 5,97 novos casos por 100.000 pessoas em 10 de Janeiro, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins.

A média de sete dias de mortes diárias no Zimbabué também aumentou drasticamente nas últimas duas semanas, de 0,03 mortes por 100.000 pessoas em 27 de Dezembro para 0,12 mortes por 100.000 pessoas em 10 de Janeiro.

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